“Querem transformar o Brasil numa verdadeira ‘república da jogatina’…”

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) expressou preocupação com a votação do projeto que autoriza o funcionamento de cassinos, bingos, legaliza o jogo do bicho e permite apostas em corridas de cavalos (PL 2.234/2022). Para Girão, essa proposta representa um retrocesso para o país e não reflete os reais interesses da população brasileira.

“O PL 2.234/2022, entre outras coisas, pretende liberar 1,4 mil bingos no Brasil, 67 cassinos e, ainda, regularizar milhares de pontos de jogo do bicho. Querem transformar o Brasil numa verdadeira ‘república da jogatina’. Não podemos esquecer que esse projeto só foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por manobras regimentais, com a substituição de senadores contrários ao projeto por aqueles favoráveis, no último minuto. Eu nunca tinha visto algo assim em seis anos de Senado. Mesmo com essa manobra, a votação foi apertadíssima, com uma diferença de apenas dois votos”, destacou o senador.

Girão também alertou sobre os impactos sociais negativos da legalização dos jogos de azar, citando estudos que apontam o aumento da pobreza, o aumento dos casos de suicídio e a lavagem de dinheiro como consequências diretas. Ele mencionou um levantamento do Banco Central, que revelou que os beneficiários do programa Bolsa Família gastaram R$ 11 bilhões em apostas esportivas via Pix entre janeiro e agosto deste ano.

Além disso, o senador citou dados internacionais que indicam que entre 1% e 5% da população em países onde os jogos de azar são legalizados desenvolvem vícios patológicos, o que, no Brasil, poderia afetar até 10 milhões de pessoas.

“As principais entidades de fiscalização e controle sempre se manifestaram contrárias à legalização dos jogos de azar. Organizações como a Federação Nacional dos Policiais Federais, a Associação Nacional dos Auditores Fiscais, o ex-presidente do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras], o Ministério Público e a PGR [Procuradoria-Geral da República] são unânimes em afirmar que os jogos de azar representam a maior porta aberta para a lavagem de dinheiro sujo, proveniente da corrupção e do tráfico de drogas — que já estão lavando dinheiro com as apostas esportivas, aumentando seus lucros”, alertou Girão.

Ele também criticou os defensores dos cassinos e bingos, que utilizam argumentos falaciosos sobre a geração de empregos e novas receitas tributárias. “Vocês realmente acham que vão enganar a quem?”, questionou, reiterando a sua oposição à legalização da jogatina.

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Bruno Rigacci

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