Morre renomado músico e compositor

O Brasil perdeu um de seus maiores nomes da música erudita. O pianista, maestro e compositor pernambucano Marlos Nobre faleceu aos 85 anos, deixando um legado imenso para a música e para a cultura brasileira. A família optou por não divulgar a causa da morte, e o maestro deixa sua esposa, Maria Luiza Nobre, e uma filha.

Início de uma carreira brilhante

Marlos Nobre começou sua trajetória musical muito cedo. Aos 5 anos, iniciou seus estudos no Conservatório Pernambucano de Música, em sua cidade natal, Recife. Ao longo dos anos, foi se consolidando como uma figura central na música erudita, destacando-se como compositor e regente de orquestras ao redor do mundo.

Em 1990, Nobre alcançou um marco histórico: foi o primeiro brasileiro a reger a Royal Philharmonic Orchestra de Londres, um dos maiores feitos de sua carreira. Além disso, o maestro teve a honra de reger algumas das mais prestigiadas orquestras internacionais, como a Orchestre Philharmonique de l’ORTF, em Paris, a Orchestre de la Suisse Romande, na Suíça, a Orquesta Filarmónica del Teatro Colón, em Buenos Aires, e a Orquesta Sinfónica de Cuba, entre outras.

Contribuições acadêmicas e culturais

Marlos Nobre também foi um incansável educador. Ele foi professor visitante em instituições renomadas, como a Universidade Yale, a Juilliard School, a University of Texas e a Indiana University. Seu impacto no campo da educação musical se estendeu não apenas no Brasil, mas também em diversas partes do mundo, onde compartilhou seu vasto conhecimento e sua paixão pela música.

Entre 1976 e 1980, Nobre assumiu a direção do Instituto Nacional de Música da Fundação Nacional das Artes (Funarte), e, de 1985 a 1987, presidiu o Conselho Internacional de Música da Unesco. Também foi responsável pela direção da Fundação Cultural de Brasília, a partir de 1988, e ocupava a cadeira nº 1 da Academia Brasileira de Música.

Legado e reconhecimento internacional

O legado de Marlos Nobre vai além de suas obras, que são publicadas por editoras prestigiadas, como Max Eschig (Paris), Boosey & Hawkes (Inglaterra) e Marlos Nobre Edition (Rio de Janeiro). Sua música foi tocada pelas maiores orquestras do mundo e, em 2005, ele recebeu o Prêmio Tomás Luís de Victoria, concedido pela Sociedad de Derechos de Autor (SGAE) em Madrid. Na cerimônia de entrega, o livro Marlos Nobre: El sonido del realismo mágico, de Tomás Marco, foi lançado, reafirmando o reconhecimento internacional do maestro.

A viúva de Nobre, Maria Luiza Nobre, fez questão de destacar o papel fundamental de seu marido na criação do Projeto Espiral, uma iniciativa que, durante o regime militar, ofereceu educação musical

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Bruno Rigacci

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