Advogado de militar alvo da PF vem à público, solta o verbo e expõe “armação”

O advogado Jeffrey Chiquini, que defende o tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, preso no Rio de Janeiro no último dia 19, afirmou, nesta sexta-feira (29), que o militar foi “vítima de uma armação” em relação ao caso que investiga uma suposta tentativa de golpe e o planejamento de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Azevedo, que faz parte das chamadas forças especiais, também conhecidas como “kids pretos”, negou qualquer envolvimento na trama e alegou que as provas contra ele foram plantadas.

De acordo com o advogado, o tenente-coronel recebeu um celular como “cavalo de Troia” e foi “escolhido a dedo” para ser imputado na investigação, sem qualquer participação real no caso. Chiquini também mencionou que houve uma sabotagem das Forças Armadas, sugerindo que a situação foi manipulada para prejudicar Azevedo e a instituição.

O militar encontra-se preso no 1º Batalhão de Polícia do Exército, no Rio de Janeiro, após a deflagração da Operação Contragolpe, que visa desmantelar uma suposta organização criminosa responsável pelo planejamento de um golpe de Estado. Quatro militares das forças especiais foram alvos da operação.

O Relatório da Polícia Federal (PF) aponta que Azevedo foi identificado pelo codinome “Brasil” em mensagens interceptadas. Essas mensagens, supostamente relacionadas ao plano de assassinato das autoridades, foram enviadas por meio de um celular que Azevedo teria utilizado. Contudo, o advogado de defesa nega que o tenente-coronel tenha sido o responsável pelas mensagens e garante que ele estava em Goiânia com sua família no dia em que a troca de mensagens ocorreu, afirmando que o celular só foi entregue ao militar dias depois.

Chiquini sustenta que a estratégia de implicar Azevedo no caso visa atingir a imagem do Exército, especialmente sua força de operações especiais. O advogado também argumenta que a suposta tentativa de golpe demonstrou “amadorismo”, o que, em sua visão, é incompatível com a atuação das forças especiais.

O advogado afirmou que o celular de Azevedo, apreendido pela PF, pode fornecer provas que comprovem sua inocência. Ele já pediu acesso ao aparelho para coletar indícios que possam justificar a soltura de seu cliente, enfatizando que o tenente-coronel colaborará com as investigações, mas que não “delatará”, pois acredita em sua inocência.

Chiquini também levantou a possibilidade de que o caso esteja sendo utilizado para envolver politicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, insinuando que forças estariam tentando associá-lo ao ocorrido.

Compartilhe nas redes sociais

Bruno Rigacci

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site! ACEPTAR
Aviso de cookies