Manipulação das ONGs podem criar “cidades-fantasmas” no Amazonas, alerta senador
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) fez duras críticas à atuação de organizações não governamentais (ONGs) no Amazonas, acusando-as de manipular processos e barrar projetos de desenvolvimento na região, como a exploração de gás natural em Silves (AM). A polêmica veio à tona após uma reportagem do site BNC Amazonas, que divulgou supostas articulações entre a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Ministério Público Federal (MPF) e ONGs, com o intuito de impedir a exploração do gás em uma área rica em recursos.
De acordo com Plínio, a exploração de gás em Silves poderia representar um investimento de R$ 6 bilhões para a economia local e impulsionar o desenvolvimento da região, que, segundo ele, ainda sofre com altos índices de pobreza. O senador destacou que, no contexto da manipulação das ONGs, projetos essenciais como a BR-319, o Potássio de Autazes e a exploração do gás em Silves estão sendo alvo de obstáculos sem base concreta.
Em seu discurso, o parlamentar afirmou que procuradores do MPF parecem desconhecer a interferência das ONGs, e que essas organizações estariam usando o argumento de proteção aos povos indígenas para barrar o desenvolvimento de áreas críticas para o progresso regional. “Com essa manipulação, as ONGs procuram impedir a população de regiões que vivem abaixo da linha da pobreza a sair dessa situação de abandono”, criticou Plínio, apontando que a manipulação afeta diretamente a qualidade de vida de comunidades locais.
Plínio, que foi presidente da CPI das ONGs no Senado em 2023, alegou que a reportagem publicada pelo BNC Amazonas revelou detalhes preocupantes sobre a situação no município de Silves. Ele destacou que, segundo a matéria, procuradores do MPF pressionaram a Funai para interditar áreas de indígenas “isolados”, ou seja, grupos indígenas não organizados e de difícil comprovação, argumentando que esses grupos estariam em áreas de exploração de gás. O senador questionou a veracidade dessas alegações, uma vez que a Funai ainda não teria confirmado a presença de indígenas isolados na região, e uma perícia apontou manipulação nas informações.
Para o senador, essa situação pode ter sérias consequências para o desenvolvimento de Silves e outras cidades da região, como Itapiranga, que correm o risco de se tornar “cidades-fantasmas”, caso os projetos de infraestrutura e exploração de recursos naturais sejam barrados por essas interferências. Plínio Valério também alertou para um possível apagão em Roraima, causado pela manipulação de ONGs em relação ao fornecimento de gás para o estado, uma vez que a exploração de gás em Silves poderia ser fundamental para garantir o fornecimento de energia à região.
A crítica de Plínio Valério reflete uma crescente tensão entre interesses de desenvolvimento regional e a atuação de ONGs, que frequentemente são vistas como contrárias à exploração de recursos naturais na Amazônia, devido a preocupações com os direitos indígenas e a preservação ambiental.