COP29: acordo define meta de US$ 300 bilhões anuais para combater mudanças climáticas

Após um longo impasse, a 29ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP29, chegou a um acordo que prevê a injeção de pelo menos US$ 300 bilhões anuais na luta contra as mudanças climáticas. O objetivo principal é apoiar as nações em desenvolvimento a se adaptarem aos impactos crescentes do aquecimento global, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e reparar os danos causados por eventos climáticos extremos.

Embora os países em desenvolvimento tivessem solicitado um montante de US$ 1,3 trilhão, o valor acordado triplica o compromisso anterior de US$ 100 bilhões anuais, firmado em 2009, que está prestes a expirar. A meta também incentiva as nações beneficiadas a estabelecer novos objetivos de redução de emissões, com revisões a cada cinco anos, em alinhamento com o Acordo de Paris de 2015, que visa limitar o aquecimento global a 1,5°C. Atualmente, o planeta já alcançou 1,3°C acima dos níveis pré-industriais, com as emissões de carbono em ascensão.

O pacto não se limita apenas a fundos públicos, mas também busca atrair investimentos privados e de bancos multilaterais. Enquanto os países ricos defendem que as doações públicas não são suficientes, os países mais pobres expressam preocupações sobre como os empréstimos podem agravar suas finanças já fragilizadas.

“Os US$ 300 bilhões são apenas o início, mas representam um avanço para um futuro mais equitativo”, afirmou Ani Dasgupta, do Instituto de Recursos Mundiais. Após controvérsias sobre um rascunho inicial de US$ 250 bilhões anuais, o texto final procurou consenso, com líderes de Fiji e outras nações ressaltando a urgência de um acordo sólido.

Embora o acordo não reitere a eliminação dos combustíveis fósseis, ele reforça o compromisso global com a transição para fontes limpas de energia e a luta contra o aquecimento climático.

Além disso, os países acordaram criar um sistema de créditos de carbono, permitindo que as nações continuem emitindo gases de efeito estufa, desde que compensem as emissões em outras regiões. Defensores afirmam que um mercado de carbono apoiado pela ONU poderia gerar até US$ 250 bilhões adicionais por ano para o financiamento climático. Contudo, o mercado de carbono continua sendo uma questão controversa, com especialistas apontando que as novas regras adotadas não são suficientes para evitar abusos e podem permitir que grandes poluidoras sigam emitindo gases.

Com o acordo fechado, as negociações climáticas agora se voltam para o próximo ano, quando o Brasil sediará a COP30 em Belém, e muitos observam atentamente as próximas etapas desse esforço global contra as mudanças climáticas.

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Bruno Rigacci

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