Gorga destacou que, de acordo com a legislação brasileira, uma tentativa de crime só pode ser considerada como tal quando há início de execução, mesmo que o ato não se consuma. Ela afirmou: “Mera cogitação não configura crime, pois não se pode punir o pensamento ou o planejamento sem a tentativa de execução”. A especialista fez referência ao indiciamento de 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por tentativa de golpe contra o Estado. Para ela, punir apenas o planejamento é um precedente perigoso, que poderia até levar à prisão de autores de obras literárias, como peças teatrais ou romances.
Gorga também criticou o comportamento de ministros do STF que, segundo ela, julgam casos nos quais são diretamente envolvidos como vítimas, apontando especificamente o ministro Alexandre de Moraes, que tem sido alvo de supostos atentados e planos de assassinato. Ela questionou: “Em um Estado que se diz Estado Democrático de Direito, uma vítima não pode julgar a pessoa que supostamente quis atacá-la. Um juiz não pode julgar o seu suposto agressor”.
Para Gorga, essa prática compromete a justiça e coloca o país em risco de um “estado de barbárie”, afastando o Brasil dos princípios de um Estado Democrático de Direito. O vídeo gerou discussões nas redes sociais, onde a crítica ao STF e os limites da atuação judicial no Brasil se tornaram um tema central de debate.