PRF reclamou com parceiro de crime sobre valor pago pelo CV para transportar droga: “Micharia”

O conteúdo das conversas entre os agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Raphael Ângelo Alves da Nóbrega e Diego Dias Duarte, revela uma rede criminosa de corrupção envolvendo o tráfico de drogas, mais especificamente com a facção Comando Vermelho (CV). Essas mensagens obtidas pela Polícia Federal (PF) indicam que os PRFs estavam ativamente negociando o transporte de grandes quantidades de cocaína, demonstrando um alto grau de envolvimento com a organização criminosa.

As conversas mostram claramente que os dois agentes estavam insatisfeitos com o pagamento oferecido para o transporte de drogas e discutiam abertamente os valores que cobrariam. Por exemplo, eles consideraram “baixo” o valor de R$ 35 mil para transportar 70 kg de cocaína, sugerindo que o pagamento mínimo deveria ser de R$ 105 mil, ou seja, R$ 1,5 mil por quilo de droga. Esse tipo de negociação mostra o grau de comprometimento dos envolvidos e a forma como eles tratavam o tráfico de drogas como uma atividade lucrativa, sem qualquer consideração pela responsabilidade profissional e ética que deveria ser esperada de agentes da lei.

Além disso, as mensagens capturadas também mostram o nível de desconfiança e desconforto dos PRFs com o valor do “serviço”, o que evidencia uma cultura de impunidade e desprezo pelas normas legais. Quando Raphael se queixa sobre o valor do transporte e questiona qual a “estratégia” de seu parceiro para conseguir realizar o transporte, fica claro que estavam buscando formas de evitar fiscalização e garantir o sucesso da operação criminosa.

O fato de os dois PRFs discutirem sobre estratégias para transportar as drogas sem serem identificados também levanta sérias questões sobre a integridade das forças de segurança pública. Por exemplo, a ideia de comprar um carro sem placa e usá-lo para o transporte mostra como a organização estava tentando se esquivar da vigilância e fiscalização.

A prisão dos dois, junto com outros agentes da PRF envolvidos no esquema, expõe a fragilidade das instituições responsáveis pela segurança pública e evidencia o alto grau de corrupção dentro de algumas áreas da corporação. As investigações revelam como as facções criminosas conseguem infiltrar seus membros nas forças de segurança, manipulando-os para facilitar a circulação de drogas e a lavagem de dinheiro.

Esses detalhes trazem à tona uma série de preocupações não só sobre o envolvimento de agentes públicos em atividades criminosas, mas também sobre o impacto desse tipo de corrupção na confiança da população nas instituições de segurança pública. O caso ainda está em andamento, e espera-se que novas provas e testemunhos ajudem a esclarecer a extensão dessa rede criminosa dentro da PRF.

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Bruno Rigacci

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