Manifestação em frente ao Copacabana Palace choca o mundo
A manifestação na Praia de Copacabana, realizada por um grupo de pessoas para lembrar dos presos políticos, exilados e vítimas da chamada “Ditadura da Toga”, trouxe à tona um tema polêmico e altamente divisivo na política brasileira. Com cartazes exibindo fotos de figuras que, segundo os manifestantes, foram vítimas de perseguição política, a ação fez um paralelo entre o regime militar da década de 1960-1980 e o que chamam de “Ditadura da Toga”, um termo usado por críticos do Judiciário para acusar o Supremo Tribunal Federal (STF) e outros órgãos judiciais de ações arbitrárias contra opositores políticos.
O protesto ocorre durante a semana da Cúpula do G20, evento que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e União Africana, trazendo uma visibilidade internacional para a situação política brasileira. O contexto da cúpula, com a presença de líderes globais, provavelmente intensificou a pressão sobre o governo brasileiro e suas instituições judiciais, como já apontado por críticos.
Em suas redes sociais, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) compartilhou um post expressando seu apoio aos manifestantes e criticando as instituições brasileiras. Ele escreveu: “Presos e exilados políticos brasileiros são expostos em Copacabana durante o G20. O sistema brasileiro a cada dia tendo o mesmo crédito do que a Venezuela. Todos têm as instituições de uma democracia, mas o mundo sabe para que servem.”
A comparação entre o Brasil e a Venezuela feita por Eduardo Bolsonaro reflete uma narrativa de que o país vive uma espécie de autoritarismo disfarçado sob a aparência de um regime democrático. Para muitos, essa afirmação é uma tentativa de desacreditar as instituições brasileiras, especialmente o Judiciário, e fortalecer uma agenda política que se opõe ao governo do presidente Lula.
O uso do termo “Ditadura da Toga” foi popularizado por figuras de oposição, que acusam o STF de agir de forma desproporcional e, em alguns casos, de prender ou perseguir pessoas sem uma justificativa legal adequada. O presidente do STF, Luiz Fux, e outros ministros da Corte, como Alexandre de Moraes, são frequentemente alvo de críticas da oposição, que os acusa de politizar as decisões e de atuar contra figuras políticas conservadoras, incluindo apoiadores de Jair Bolsonaro.
Esse tipo de manifestação tem gerado debates acirrados na sociedade brasileira, com os defensores da independência judicial argumentando que o STF atua dentro dos limites da Constituição e que as críticas à Corte refletem uma tentativa de enfraquecer as instituições democráticas. Por outro lado, os críticos apontam que o Judiciário tem se tornado um poder excessivo, que interage de maneira desproporcional na política.
A mobilização em Copacabana, por mais simbólica que tenha sido, reflete o crescente clima de polarização no Brasil, no qual eventos internacionais como o G20 servem não apenas para discutir a economia global, mas também para amplificar as disputas internas entre os diversos grupos políticos do país.