Governo Lula deve limitar aumento do salário mínimo para cumprir ajuste fiscal
O governo Lula planeja incluir o reajuste do salário mínimo no pacote de medidas de ajuste fiscal, com um limite anual de 2,5% acima da inflação, e um piso de 0,6%, conforme apurou o Estadão/Broadcast Político. A nova regra significaria uma mudança na fórmula atual, que considera a inflação somada ao crescimento do PIB para definir os aumentos do salário mínimo. Com essa proposta, o governo busca conter o impacto fiscal desses reajustes, alinhando a política salarial ao arcabouço fiscal, que prioriza o equilíbrio das contas públicas e o cumprimento da meta de déficit zero.
O vice-presidente Geraldo Alckmin ressaltou que o compromisso com o ajuste fiscal não implica necessariamente um limite fixo de 2,5% para o aumento do salário mínimo, destacando que a prioridade é o déficit zero. Em meio a discussões sobre possíveis mudanças, o governo também optou por não desvincular benefícios sociais como o BPC (Benefício de Prestação Continuada) do salário mínimo, medida que havia sido considerada em debates internos, mas foi descartada.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, têm trabalhado em conjunto para garantir que o ajuste fiscal seja amplamente aceito na equipe econômica e na ala política do governo, também incluindo cortes em ministérios como o da Defesa. A medida reflete preocupações do governo em conter o aumento do dólar e dos juros futuros, além de visar uma gestão orçamentária mais controlada e sustentável para os próximos anos.