Sem saída, bancada do PT no Senado passa vergonha e aceita condição inferior à bancada do PL
O cenário político atual no Senado brasileiro reflete uma reorganização das forças e um ajuste estratégico por parte do Partido dos Trabalhadores (PT), que, diante de limitações na articulação e em uma posição enfraquecida, anunciou apoio ao senador Davi Alcolumbre (União Brasil) para a presidência da casa, na sucessão de Rodrigo Pacheco. Essa escolha marca a tentativa do PT de assegurar alguma influência, mesmo que de forma secundária, já que o Partido Liberal (PL), ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, conseguiu garantir a cobiçada Primeira Vice-Presidência, deixando ao PT apenas a Segunda Vice.
Com um contexto de poucas opções para o partido, o líder do PT no Senado, Beto Faro, declarou publicamente a decisão após consultar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O apoio oficial será formalizado em uma reunião com Alcolumbre e a bancada do PT, prevista para ocorrer no Palácio do Planalto. A medida é uma tentativa de consolidar alguma participação do PT na direção do Senado, ainda que as lideranças reconheçam a força e o favoritismo de Alcolumbre, que tem se mostrado um forte candidato para a sucessão de Pacheco na eleição de fevereiro de 2025.
Esta aliança reflete não apenas uma movimentação tática do PT, mas também uma percepção de que o partido enfrenta resistência para avançar sua agenda no Senado, em contraste com o PL, que se beneficia de um posicionamento estratégico e maior apoio da bancada conservadora. A decisão, portanto, indica uma aceitação pragmática da atual correlação de forças no Congresso, na qual o PT, sem opções de aliança mais favoráveis, busca preservar alguma representatividade em um governo que carece de margem de negociação ampla dentro do Senado.