Itaipu destina R$ 81 milhões à cooperativa vinculada ao MST

A Itaipu Binacional firmou um convênio para destinar R$ 81 milhões à Cooperativa Central da Reforma Agrária do Paraná (CCA-PR), vinculada ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), até 2027. Essa decisão marca uma mudança no direcionamento de investimentos da hidrelétrica em comparação com o governo anterior, que priorizava grandes obras de infraestrutura, como a construção de pontes entre Brasil e Paraguai, vistas como essenciais para o agronegócio e o comércio na região.

A alteração nos investimentos da Itaipu vem gerando controvérsias. O deputado federal Nelsinho Padovani, da Frente Parlamentar da Agropecuária, criticou a escolha, argumentando que a hidrelétrica deveria focar em segurança energética e infraestrutura, dado o papel essencial que desempenha no abastecimento de energia de grandes cidades e no desenvolvimento regional. Segundo Padovani, enquanto o Paraná enfrenta desafios, como epidemias de dengue e rodovias deficientes, a prioridade da Itaipu deveria ser melhorar a logística e fortalecer o setor energético, em vez de apoiar o MST, conhecido por ocupações de terras.

Os defensores do novo investimento argumentam que o projeto beneficiará cerca de 3,5 mil famílias de agricultores familiares, promovendo a produção sustentável e melhorando a oferta de alimentos para programas de alimentação escolar. A execução e monitoramento do projeto ficará sob a responsabilidade do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), que trabalha com ciência e empreendedorismo. A hidrelétrica, em resposta, assegura que o convênio foi feito conforme as normas legais e que os recursos serão aplicados com transparência para gerar benefícios sociais na região.

A mudança de foco da Itaipu para projetos sociais e de apoio à agricultura familiar, especialmente associados ao MST, é vista como um reflexo das diretrizes do governo Lula, que busca integrar desenvolvimento social e econômico. No entanto, críticos acreditam que a hidrelétrica corre o risco de perder credibilidade se deixar de priorizar a geração de energia e obras de infraestrutura, áreas fundamentais para o crescimento e a segurança da região fronteiriça, especialmente no Paraná, onde os conflitos agrários são frequentes.

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Bruno Rigacci

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