Deltan Dallagnol critica decisão de Gilmar Mendes sobre Dirceu
Nesta terça-feira (29), o ex-procurador Deltan Dallagnol criticou a decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou todas as condenações de José Dirceu na operação Lava Jato.
Dallagnol, que integrou a operação que revelou um dos maiores esquemas de corrupção da história, afirmou que a decisão é “mais uma prova da hipocrisia suprema de Gilmar, que coa um mosquito mas engole um camelo quando o assunto é Lava Jato”.
Ele ressaltou que Dirceu foi condenado no Mensalão e em três instâncias na Lava Jato, com base em provas documentais sólidas de recebimento de propinas milionárias de empreiteiras ligadas ao Petrolão. Em suas postagens na rede social X, Dallagnol continuou sua crítica, afirmando que, diante da falta de explicação para as provas de corrupção, o sistema recorre a narrativas que protegem políticos e empresários aliados, perpetuando a impunidade dos corruptos.
As condenações de Dirceu foram anuladas na segunda-feira (28) após um pedido de sua defesa, que argumentou que, em março de 2021, o STF reconheceu que o ex-juiz Sérgio Moro agiu de maneira parcial ao julgar Luiz Inácio Lula da Silva, o que resultou na reavaliação de quatro processos contra Lula.
Diante disso, os advogados de Dirceu solicitaram que o STF considerasse que ele também foi afetado pela conduta de Moro, sustentando que sua condenação foi parte de uma estratégia para prejudicar tanto Dirceu quanto o Partido dos Trabalhadores.
Na decisão, Mendes atendeu ao pedido da defesa e estendeu a ordem de habeas corpus para as ações penais contra Dirceu, que havia sido condenado a 23 anos e 3 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa em processos conduzidos por Moro.