Campanha de Nunes busca votos ‘até o último minuto’ e aposta em rejeição a Boulos para vitória
Na reta final da eleição para prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) está focado em administrar sua vantagem sobre o adversário Guilherme Boulos (PSOL), conforme apontam as pesquisas eleitorais mais recentes. Levantamentos realizados pelo Real Time Big Data, Futura Inteligência e Paraná Pesquisas entre 22 e 23 de outubro mostram Nunes na liderança, com uma margem significativa de diferença.
Apesar dessa vantagem, a equipe de Nunes adota cautela. Aliados evitam qualquer clima de “já ganhou”, reforçando que o trabalho continuará até o último minuto da eleição, no domingo, 27 de outubro. Um interlocutor próximo ao prefeito afirmou que a ordem é trabalhar intensamente até o encerramento da votação.
A campanha de Nunes está dividida em três frentes nos últimos dias: participação do prefeito em eventos com líderes políticos e entrevistas, mobilização de militância nas ruas, e inaugurações de obras pela gestão, sem a presença direta de Nunes.
Além disso, a estratégia é conquistar votos nas “franjas” da cidade de São Paulo, com o apoio de prefeitos da Região Metropolitana, recrutados pelo governador Tarcísio de Freitas. Essa aliança abrange 35 dos 39 prefeitos da Grande São Paulo, além de prefeitos do ABC, que têm ajudado a atrair eleitores mais conservadores, especialmente os que apoiaram Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno.
Outra força para a campanha é o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que recentemente participou de um almoço com Nunes, Tarcísio, e outros aliados. Bolsonaro pediu votos para o atual prefeito e destacou que a eventual vitória será mérito de Nunes. Embora não tenha sido ativo no primeiro turno, a presença de Bolsonaro nesta etapa é vista de forma positiva pela equipe de Nunes, que nega qualquer ressentimento em relação ao ex-presidente.
Um fator preocupante para Nunes é o risco de chuvas e tempestades na capital paulista, o que pode complicar a logística da campanha e influenciar na percepção dos eleitores. A cidade está em alerta para riscos de alagamentos e quedas de árvores, o que já causou transtornos nas últimas semanas com apagões que afetaram mais de dois milhões de imóveis.
Com isso, a campanha segue administrando as vantagens, mas mantendo os pés no chão diante de potenciais adversidades, tanto políticas quanto climáticas.