Kalil se torna réu e pode ficar inelegível por 14 anos

O ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, está sendo alvo de uma ação civil pública por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A acusação alega que Kalil teria utilizado a estrutura da prefeitura para favorecer sua campanha ao governo de Minas Gerais em 2022, uma prática ilegal e considerada abuso de poder político. O inquérito que embasa a ação foi iniciado em 2021 após uma denúncia feita por Alberto Lage, ex-secretário adjunto de governo de Belo Horizonte.

Além dessa acusação, Kalil também enfrenta outros problemas jurídicos. Um exemplo envolve uma ação de cobrança movida por uma empresa de comunicação ligada à ex-deputada Manuela D’Ávila. Segundo a denúncia, o PSD de Belo Horizonte não teria pago pelos serviços prestados pela empresa durante a campanha de Kalil. Mais grave ainda é que o contrato não foi declarado à Justiça Eleitoral, o que configura caixa dois, aumentando as complicações legais do ex-prefeito. Embora a comissão provisória do PSD tenha assinado o contrato, os serviços teriam sido destinados diretamente à campanha de Kalil.

Outros escândalos também cercam o nome de Kalil, incluindo a acusação contra seu ex-assessor Carlos Fabel, que foi denunciado por apropriação indébita de mais de R$ 20 milhões durante sua gestão como presidente do Clube Atlético Mineiro. Esse desvio de recursos ainda é objeto de investigação, mas mancha ainda mais a reputação de Kalil, que também presidiu o clube entre 2009 e 2014.

Kalil, que obteve grande popularidade durante a pandemia enquanto prefeito, viu sua trajetória política sofrer um declínio após perder a eleição para o governo de Minas em 2022, sendo derrotado ainda no primeiro turno por Romeu Zema. Após essa derrota, ele tentou se aproximar do governo federal, mas desentendimentos políticos com aliados do presidente Lula o afastaram da cena política por um período. Contudo, Kalil está voltando aos bastidores para tentar negociar apoios nas eleições municipais de Belo Horizonte.

Seu estilo combativo, que já lhe rendeu inimizades com empresários e figuras públicas, também o colocou no centro de processos trabalhistas e fiscais, reforçando as críticas sobre sua gestão financeira. Em 2022, suas contas de campanha não foram aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), resultando na condenação de Kalil a devolver mais de R$ 2 milhões aos cofres públicos.

Diante das investigações e dos processos que ainda estão em andamento, Kalil pode enfrentar até 14 anos de inelegibilidade, caso seja condenado na ação de improbidade administrativa. Seu futuro político está cada vez mais incerto, à medida que as complicações legais se acumulam.

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Bruno Rigacci

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