A crítica de Girão se baseia na percepção de que o inquérito contra van Hattem foi motivado por declarações feitas na Câmara dos Deputados, onde o parlamentar teria acusado o delegado da Polícia Federal, Fábio Alvarez Schor, de produzir relatórios fraudulentos. Esses relatórios teriam sido usados para manter Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, preso injustamente.
Segundo o senador, o STF tem agido de forma a intimidar e calar parlamentares, comprometendo a independência entre os poderes. Ele destacou que a Constituição assegura aos parlamentares o direito de se expressarem sem medo de represálias, sendo invioláveis por suas opiniões e votos. Para Girão, o Supremo, especialmente o ministro Dino, estaria “rasgando” a Constituição ao minar esse direito, o que ele considera um claro sinal do “fim da democracia no Brasil”.
O senador também relembrou outros episódios em que, segundo ele, ministros do STF teriam abusado de sua autoridade. Um dos casos citados foi o do senador Marcos do Val, que teve seus bens bloqueados e redes sociais suspensas por ordem do ministro Alexandre de Moraes. Outro exemplo mencionado foi a cassação do ex-deputado Deltan Dallagnol, que Girão descreveu como uma decisão politicamente motivada e uma “aberração jurídica”.
Essas críticas refletem uma crescente tensão entre setores do Congresso e o Judiciário, com acusações de abuso de poder e intervenções políticas que ameaçam a harmonia entre os poderes garantida pela Constituição.