Alvos do 8 de janeiro estão na disputa eleitoral
Segundo um levantamento da Gazeta do Povo e do Bureau de Comunicação, três desses candidatos estão na disputa por prefeituras em Vitória (ES), Itajaí (SC) e Mogi das Cruzes (SP). A maioria, no entanto, busca vagas nas Câmaras Municipais, incluindo um candidato em São Paulo que preferiu não divulgar seu nome publicamente.
Candidaturas em meio a restrições legais
Apesar de vários desses candidatos estarem sob medidas cautelares, como o uso de tornozeleiras eletrônicas e restrições de atividades em redes sociais, eles continuam aptos a concorrer. A advogada Carolina Siebra, especialista em Direito Eleitoral, explica que, por não terem condenação definitiva, esses candidatos são legalmente elegíveis, conforme o artigo 15 da Constituição Federal.
Siebra também ressalta que, mesmo estando aptos a participar das eleições, as restrições impostas criam desafios, como a limitação no uso das redes sociais — um meio vital para as campanhas eleitorais modernas — e a necessidade de cumprir horários de recolhimento noturno e nos fins de semana.
Impacto nas campanhas
As restrições têm sido um obstáculo para vários desses candidatos, exigindo apoio significativo de suas redes de familiares e amigos para que possam conduzir suas campanhas de forma eficaz. A candidata Tatiane Marques, de Santa Maria (RS), relata que as restrições limitam sua participação em eventos que ocorrem à noite ou aos fins de semana, momentos cruciais para o contato com os eleitores.
Outro exemplo é o candidato a vereador Maxcione Pitangui, de Serra (ES), que compara as dificuldades da campanha eleitoral com “disputar uma corrida de Fórmula 1 em uma bicicleta com pneus furados”, destacando as limitações impostas pelas restrições.
Em Vitória (ES), o vereador Armandinho Fontoura, que concorre à reeleição, adaptou sua rotina para realizar atividades de campanha nas primeiras horas do dia, respeitando o monitoramento eletrônico. Ele explica que, no Espírito Santo, o horário máximo permitido para candidatos com tornozeleira eletrônica é das 6h às 20h, forçando ajustes no planejamento da campanha.
Dependência de apoio popular
Em algumas situações, os candidatos têm contado exclusivamente com apoio popular e doações para continuar na disputa. O carioca Pimentel Patriota, candidato a vereador em Duque de Caxias (RJ), por exemplo, depende de contribuições para financiar sua campanha. Ele se tornou conhecido após um vídeo seu, montado em um burrinho, viralizar nas redes sociais, o que lhe rendeu visibilidade e apoio de simpatizantes.
Desafios nas redes sociais
A falta de acesso direto às redes sociais também impacta fortemente alguns candidatos. Fabiana Sanches Prado, professora e candidata em Muzambinho (MG), relata que as restrições ao uso de redes sociais dificultam a comunicação com o eleitorado. Ela explica que, sem a presença online, depende do apoio de amigos e familiares para divulgar suas ideias e mensagens.
Liberdade de expressão como bandeira central
Para muitos desses candidatos, a defesa da liberdade de expressão se tornou o principal pilar de suas campanhas. Guilherme Rodrigues da Silva, de Gravataí (RS), acredita que a prisão e monitoramento que sofreu são consequências de um vídeo que ele gravou criticando os eventos de janeiro. Ele vê sua candidatura como uma luta em defesa do direito de falar, que considera o “pilar da democracia”.
Candidatos dos atos de 8 de janeiro
Entre os candidatos que participaram dos atos de 8 de janeiro e que estão concorrendo nas eleições municipais de 2024, destacam-se:
- Maceió (AL): Bete Patriota (MDB), vereadora.
- Prado (BA): Darlene Cabeleireira (PMB), vereadora.
- Vitória (ES): Armandinho Fontoura (PL), vereador.
- Céu Azul (PR): Marcos Geleia Patriota (Novo), vereador.
- Duque de Caxias (RJ): Pimentel Patriota (MDB), vereador.
- Santa Maria (RS): Tatiane Marques (PL), vereadora.
- Limeira (SP): Fátima Prearo (PRTB), vereadora.
Apesar das restrições enfrentadas, esses candidatos mantêm suas campanhas ativas, mobilizando redes de apoio e defendendo pautas relacionadas à liberdade de expressão e à participação política. Mesmo com as adversidades, eles continuam na corrida eleitoral, apostando na resiliência de suas mensagens e no apoio popular.