Janones é acusado de racismo por ato com chicote em comício
O gesto do deputado federal André Janones (Avante-MG), em que aparece usando um chicote durante um comício em Ituiutaba, Minas Gerais, gerou uma onda de críticas, especialmente por seu simbolismo. O ato foi feito em apoio à candidata Leandra Guedes (Avante), que disputa a Prefeitura local, mas acabou sendo interpretado como ofensivo, principalmente por Luciane Dias (PP), candidata à vice-prefeitura na chapa de Hermano Freitas (União Brasil). Luciane, que é negra, manifestou sua indignação ao associar o uso do chicote a uma representação do passado escravocrata do Brasil.
Dias afirmou que tal cena evoca a “maior vergonha” do país, referindo-se à escravização de negros, e que não deveria ser aceita em manifestações políticas. Ela destacou o impacto histórico e emocional do chicote para as pessoas negras e repudiou o ato, chamando-o de desrespeitoso.
Em sua defesa, André Janones negou qualquer intenção racista e afirmou que o uso do chicote foi feito em um contexto político, referindo-se ao “gado bolsonarista”, expressão popularizada por opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Janones, o chicote simboliza a sua luta contra o bolsonarismo e foi utilizado de maneira satírica, alinhada com seu estilo de atuação política nas redes sociais.
Esse episódio demonstra como símbolos podem carregar significados complexos e geram controvérsias, principalmente em momentos de alta tensão política. As críticas de Luciane Dias trouxeram à tona o debate sobre sensibilidade e responsabilidade de figuras públicas ao utilizarem elementos que podem remeter a períodos de opressão.