Silas Malafaia detém o monopólio da incoerência na direita

Silas Malafaia tem se posicionado como uma liderança bolsonarista no Brasil, defendendo os princípios de Jair Bolsonaro: Deus, Pátria, Família e Liberdade.

Embora Malafaia vote na cidade do Rio de Janeiro/RJ, sua influência nacional, devido a suas opiniões contundentes nos âmbitos político e religioso, o leva a interferir nas eleições regionais em todo o país. Um processo eleitoral que tem gerado atenção é o de São Paulo, a maior e mais rica cidade do Brasil, que será crucial para as eleições de 2026, quando serão escolhidos o novo presidente, senadores e deputados federais.

Em São Paulo, Jair Bolsonaro apoia o candidato do MDB, Ricardo Nunes, mas várias lideranças bolsonaristas, tanto de São Paulo quanto de outras regiões, manifestaram apoio a Marina Helena ou Pablo Marçal (PM). Essa divisão no apoio à direita, especialmente ao Marçal, fez com que Malafaia expressasse publicamente sua aversão ao candidato. Para ele, se Bolsonaro apoia Nunes, seus seguidores devem fazer o mesmo.

As declarações de Malafaia sobre Pablo Marçal têm um tom agressivo e intolerante, em contraste com os princípios de amor e compaixão que deveriam ser associados ao cristianismo, do qual ele é pastor. Sua intolerância se estende também a lideranças de direita que não apoiam Nunes, exigindo que todos sigam a orientação de Bolsonaro. Isso levanta a questão da liberdade, que deveria estar entre os princípios que Malafaia defende.

Recentemente, sua frustração o levou a gravar um vídeo atacando o deputado federal Nikolas Ferreira, uma importante liderança da direita e também cristão. Malafaia tratou Nikolas de maneira desdenhosa, comparando-o a uma “criança mimada”. Ferreira foi vereador em Belo Horizonte e, em 2022, foi eleito deputado federal com 1,47 milhão de votos, sendo o terceiro mais votado na história da Câmara. Atualmente, ele preside a Comissão de Educação, uma das mais relevantes da Casa.

Nikolas, assim como Bolsonaro, tem se dedicado a fortalecer candidaturas conservadoras em todo o Brasil. Vale lembrar que ele é um jovem casado e pai de uma filha de menos de um ano.

A questão da “coerência” nas ações de um cristão também merece ser discutida. Se Bolsonaro apoia Nunes em São Paulo, a lógica seria que todos os seus apoiadores também fizessem o mesmo. Contudo, no caso do Rio de Janeiro, onde Malafaia vota, ele se declara neutro em relação ao Delegado Ramagem, o que favorece a reeleição de Eduardo Paes, um amigo de Malafaia e apoiador de Lula.

Essas contradições tornam Silas Malafaia uma figura divisiva, levantando dúvidas sobre a sinceridade de suas crenças e a influência que exerce na sociedade. Com isso, pode-se afirmar que ele possui um verdadeiro “monopólio da incoerência” na direita que diz apoiar.

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Bruno Rigacci

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