Kassab está nos dois lados e isso vai custar caro para ele, diz Valdemar

Na reta final das eleições municipais, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto (SP), destacou uma rivalidade com Gilberto Kassab, presidente do PSD (SP), evidenciando disputas na base do governo paulista e na aliança pela reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Na última sexta-feira (27), Valdemar expressou o descontentamento da bancada do PL de São Paulo em relação a Kassab, que cedeu a vice da chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 2022 sem oferecer compensações. Ele criticou Kassab por não retribuir o apoio, embora atualmente ele seja uma figura influente no governo paulista.

Valdemar também afirmou que Kassab busca mostrar força política, tentando influenciar até prefeitos de pequenas cidades. “Kassab quer mostrar poder. Ele sonha em ser vice de Tarcísio [em 2026] para assumir o governo por seis meses, caso Tarcísio se afaste para concorrer à Presidência em 2030. Acredito que ele terá dificuldades em atingir esse objetivo. Nós somos contra”, disse Valdemar.

Embora reconheça que o PSD poderá eleger o maior número de prefeitos, Valdemar destacou a relevância dos três ministérios que o partido ocupa no governo Lula e a influência de Kassab na Secretaria de Governo de São Paulo.

“Kassab está em ambos os lados, na esquerda e na direita, mas isso terá um custo”, criticou Valdemar. Ele também mencionou que o líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (BA), enfrenta resistência devido à neutralidade de Kassab nas eleições de 2022, quando não apoiou Bolsonaro.

Procurado, Kassab enfatizou a importância da moderação e criticou os radicais que não compreendem o papel do centro. Ele se disse amigo de Valdemar e defendeu que o PL foi recompensado na formação da chapa em torno de Tarcísio, mencionando a candidatura de Marcos Pontes ao Senado como parte do acordo.

Kassab também justificou sua investida sobre prefeitos de pequenas cidades como parte do esforço do PSD para se consolidar nacionalmente. Segundo dados da Folha, o PSD se tornou o partido com o maior número de prefeitos no Brasil, aumentando sua representação de 64 para 306 em São Paulo.

Valdemar não é o único insatisfeito; o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), também apontou Kassab como responsável por sua desistência de concorrer à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara. “Considerando que o Gilberto inviabilizou a minha candidatura, eu decidi ir por esse caminho”, afirmou Pereira em entrevista à Folha.

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Bruno Rigacci

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