Queimadas espalham altos níveis de gás sem cheiro e danoso à saúde
A MetSul Meteorologia emitiu um alerta sobre os incêndios que estão ocorrendo no Brasil e em países vizinhos, ressaltando que essas queimadas estão liberando “níveis altíssimos” de monóxido de carbono (CO) em diversas regiões do país. Este gás, que é incolor e inodoro, pode ser fatal quando inalado em espaços fechados, o que representa um grande risco para a saúde pública.
De acordo com Lucas Ferrante, doutor em biologia e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a Amazônia, que antes era uma importante fonte de vapor d’água para o Brasil e países vizinhos como Argentina e Paraguai, agora se tornou uma “exportadora de um rio voador de fumaça e monóxido de carbono” devido à crise climática.
O monóxido de carbono está se espalhando por áreas como o estado de São Paulo, a Amazônia e o Centro-Oeste, movendo-se por meio de ventos e padrões de circulação atmosférica. Embora o monóxido de carbono não afete diretamente a temperatura global como outros gases, como o metano e o dióxido de carbono, ele desempenha um papel importante na química da atmosfera. O gás contribui para a formação do ozônio troposférico, que é prejudicial e colabora com a poluição urbana.
Ferrante destacou os sintomas que podem surgir devido à inalação de níveis elevados de monóxido de carbono, como tontura, confusão mental, dificuldades respiratórias, problemas de concentração e até arritmias cardíacas, tudo isso causado pela interferência no transporte de oxigênio no corpo.
Os incêndios no Brasil, que estão elevando os níveis de CO, são resultado de uma combinação de fatores, como secas intensas, ondas de calor extremas e queimadas provocadas pela ação humana.