Deputado defende padre acusado de homofobia ao pregar a Palavra
O caso envolvendo o padre de Nova Friburgo (RJ), denunciado por homofobia pelo Ministério Público Estadual (MPRJ), gerou grande repercussão na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Na última terça-feira (10), o deputado Márcio Gualberto (PL) manifestou-se em defesa do sacerdote. O deputado, que se declara católico fervoroso, argumentou que o padre não fez nada além de expressar a doutrina da Igreja Católica, amparado pela liberdade de culto e de expressão.
Defesa da Liberdade Religiosa
Durante o expediente final da sessão, Gualberto questionou os limites da liberdade religiosa e criticou a denúncia, considerando-a uma ameaça à prática do culto católico. Ele enfatizou que o padre estava apenas reproduzindo ensinamentos bíblicos e defendendo a doutrina cristã durante uma homilia, sem incitar violência. Segundo o deputado, o direito à liberdade religiosa está sendo desrespeitado, e isso abre precedentes perigosos para o futuro, como a extinção de feriados religiosos ou até mesmo a censura de discursos religiosos.
Contexto da Denúncia
O incidente que levou à denúncia ocorreu em abril de 2023, quando o padre, durante uma missa, pregou sobre temas considerados sensíveis, incluindo a homossexualidade. Gualberto defendeu o sacerdote, afirmando que a fala foi respeitosa e coerente com a doutrina cristã. Para o deputado, o fato de o padre ser denunciado por manifestar ensinamentos religiosos é um “absurdo completo”. Ele alegou que há uma tentativa de censurar a Igreja e os cristãos que não se submetem às normas sociais vigentes.
A Igreja e a Verdade Cristã
Para Gualberto, o episódio reflete uma tentativa de silenciar a Igreja Católica, que, segundo ele, sempre se manteve firme em seus princípios ao longo dos séculos, mesmo diante de perseguições. O deputado lembrou os mártires da história da Igreja, destacando que, em 21 séculos de cristianismo, os fiéis nunca se curvaram a tiranias. Segundo ele, o padre denunciado é apenas mais um exemplo de alguém que, apesar das adversidades, está sendo fiel a Cristo e à doutrina católica.
O Papel da Igreja e a Homossexualidade
Em sua defesa, Gualberto reforçou o ensinamento católico de que a Igreja acolhe todos os pecadores, mas rejeita o pecado. Ele deixou claro que a Igreja não visa desrespeitar ou maltratar pessoas com tendências homossexuais, mas que ela não pode abrir mão de seus princípios doutrinários. Para o deputado, as pessoas devem estar cientes de que, ao frequentar uma Igreja Católica, ouvirão ensinamentos que podem ser desconfortáveis ou contrários às suas opiniões pessoais.
Liberdade de Expressão e o Futuro da Igreja
Gualberto concluiu seu discurso reafirmando que a Igreja permanecerá fiel à sua tradição e doutrina, independentemente das pressões externas. Segundo ele, denúncias e ações judiciais não conseguirão alterar a essência do catolicismo ou comprometer sua fidelidade à revelação divina. O parlamentar destacou que a Igreja continuará a defender o que considera ser a verdade revelada por Cristo, mesmo em tempos de crescente oposição.
O caso continua gerando debate em diversos setores da sociedade, levantando questões sobre os limites entre liberdade religiosa, discurso de ódio e o respeito aos direitos das minorias. A denúncia contra o padre traz à tona discussões importantes sobre a relação entre religião e os direitos civis no Brasil.