A crise política na Venezuela foi tema de intenso debate no Congresso espanhol na terça-feira (10), acirrando as tensões entre a esquerda e a direita no país, além de expor divergências dentro da coalizão de apoio ao presidente do governo, Pedro Sánchez. O debate foi marcado pela apresentação da deputada Cayetana Álvarez de Toledo, do PP, que contou com a presença de líderes opositores venezuelanos, como Leopoldo López e Antonio Ledezma, além de Carolina González, filha de Edmundo González Urrutia.
Durante o debate, foram citados relatórios da ONU para denunciar o que foi chamado de “roubo eleitoral armado” e repressão, incluindo prisões arbitrárias e tortura sob o governo de Nicolás Maduro. A deputada Cristina Narbona, representante da bancada socialista, argumentou que o reconhecimento de González Urrutia como presidente não é uma solução mágica para a crise venezuelana e destacou que nenhum governo da União Europeia tomou uma medida similar até o momento.
Enquanto o debate ocorria no Congresso, centenas de opositores venezuelanos se reuniram em Madri para exigir o reconhecimento de González Urrutia, que recentemente chegou à Espanha para solicitar asilo político após denunciar fraude nas eleições presidenciais de 28 de julho. Em uma mensagem lida por sua filha, González Urrutia reafirmou seu compromisso com a luta pela liberdade na Venezuela.