Governo Lula quer licitação para emplacar o “WhatsApp nacional”
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) está prestes a lançar uma licitação para contratar um novo serviço de troca de mensagens por celular, com o objetivo de desenvolver um modelo próprio de comunicação interna. Segundo informações da revista Veja, este é um projeto piloto, mas com potencial para ser expandido para outros órgãos federais no futuro.
O novo sistema de mensagens será similar ao WhatsApp, mas o presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, fez questão de esclarecer que o projeto não tem como objetivo banir aplicativos de mensagens existentes, como o WhatsApp, ou qualquer outro usado pelo público em geral. A iniciativa visa, em vez disso, proteger as informações sensíveis e a comunicação corporativa dentro da agência.
Cappelli argumentou que governos de países como a Alemanha e a França não utilizam aplicativos estrangeiros para comunicações oficiais, sugerindo que o Brasil deveria adotar práticas semelhantes para garantir a segurança e a soberania nas comunicações. Ele enfatizou que não se trata de “paranoia ou teoria da conspiração”, mas sim de uma medida necessária para proteger a soberania e a segurança das informações no ambiente corporativo governamental.
A preocupação central do governo com este novo sistema é evitar os frequentes casos de vazamentos de conversas que ocorrem em aplicativos de mensagens estrangeiros, como exemplificado por um recente incidente envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Esses vazamentos têm gerado inquietações sobre a vulnerabilidade das comunicações oficiais, especialmente em um contexto onde as plataformas estrangeiras dominam o mercado.
Até o momento, ao menos dez empresas brasileiras já demonstraram interesse em desenvolver a nova plataforma de mensagens para a ABDI. No entanto, ainda não foram divulgados detalhes sobre os custos estimados do projeto. A iniciativa surge em meio ao embate entre o STF, representado por Moraes, e a rede social X, de propriedade de Elon Musk, o que adiciona uma camada adicional de complexidade ao debate sobre a segurança das comunicações no Brasil.