Estadão: Lula tem dever moral contra Maduro ou será cúmplice
O jornal O Estado de S.Paulo publicou um editorial nesta quinta-feira (29), criticando duramente a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à situação política na Venezuela, particularmente no que diz respeito às recentes denúncias de violações de direitos humanos cometidas pelo regime de Nicolás Maduro. O editorial afirma que Lula tem um “dever moral” de abandonar sua postura de aguardar a divulgação das atas eleitorais venezuelanas e de insistir em novas eleições, e que deve, em vez disso, condenar de forma clara e inequívoca as ações de Maduro, especialmente diante das acusações de prisão e tortura de adolescentes por forças leais ao ditador.
O texto destaca que a repressão de Maduro atingiu um nível de violência excepcional, mesmo para os padrões do regime chavista, com relatos de adolescentes sendo sequestrados, presos e extorquidos. O editorial sugere que Lula, como líder de uma das maiores democracias da América do Sul, tem a responsabilidade de se posicionar contra essas atrocidades.
O Estadão também critica a aparente hesitação de Lula em condenar Maduro, comparando essa postura com a disposição do presidente brasileiro em criticar outros países alinhados aos Estados Unidos, como Israel e Ucrânia. O jornal argumenta que qualquer posição que não reconheça a fraude eleitoral na Venezuela seria não apenas ridícula, mas também cúmplice das ações do regime chavista.
O editorial conclui que Lula, ao se projetar como defensor global da democracia, deveria agir de forma coerente e condenar as ações de Maduro, sob pena de manchar sua própria biografia e a credibilidade do Brasil no cenário internacional.