‘Nenhum governo democrático reconheceu a fraude de Maduro’

Nesta quarta-feira (28), a líder opositora venezuelana María Corina Machado denunciou a reeleição de Nicolás Maduro como uma “fraude”, afirmando que nenhum governo democrático reconheceu o resultado das eleições presidenciais realizadas em 28 de julho. A ex-deputada criticou duramente a legitimidade do processo eleitoral e reforçou o apoio à candidatura de Edmundo González Urrutia, representante da Plataforma Unitária Democrática (PUD), a quem considera o verdadeiro presidente eleito.

Acusações de Fraude e Rejeição Internacional

Em um discurso para centenas de apoiadores em Caracas, Machado destacou que a comunidade internacional se manifestou amplamente contra a reeleição de Maduro. Segundo ela, a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), controlado por juízes alinhados ao governo chavista, de validar a vitória de Maduro foi amplamente rejeitada como uma “aberração”. Machado afirmou que a decisão do TSJ é uma tentativa de enganar a comunidade internacional e desviar a atenção da suposta fraude:

– “Nenhum governo democrático do mundo reconheceu a fraude de Maduro. A Venezuela votou pela mudança e Edmundo González Urrutia é o nosso presidente eleito.”

A ex-deputada também criticou o TSJ, chamando-o de “braço de repressão e perseguição política”. A oposição venezuelana, sob o lema “Ata mata sentença”, tem se mobilizado para defender as atas de votação publicadas pela PUD, que afirmam que González Urrutia venceu por uma ampla margem. Machado ressaltou que a estratégia da PUD está “funcionando” e prometeu que a oposição continuará lutando para que a vontade do povo, expressa em 28 de julho, seja respeitada.

Reação Internacional e Suporte ao Governo de Maduro

Enquanto a oposição se mobiliza contra a vitória de Maduro, diversos países e organizações internacionais têm se recusado a reconhecer o resultado das eleições. Essas entidades exigem que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) publique os resultados desagregados, conforme o cronograma eleitoral estabelecido.

No entanto, o governo de Maduro afirma que mais de 60 nações, incluindo China, Irã, Rússia, Cuba e Nicarágua, reconheceram a vitória do presidente reeleito. A discrepância entre o reconhecimento internacional e a posição da oposição venezuelana reflete a profunda polarização política no país.

Próximos Passos e Estratégia da Oposição

Apesar da situação política conturbada, María Corina Machado e a PUD mantêm uma postura firme. A ex-deputada enfatizou que a oposição continuará a pressionar para que o governo chavista ceda e respeite a vontade do povo. Machado também observou que a estratégia da PUD está sendo bem-sucedida, embora tenha se abstido de fornecer detalhes específicos sobre os próximos passos.

Com o apoio internacional dividido e a situação política interna polarizada, a crise venezuelana continua a evoluir, com as principais figuras da oposição desafiando a legitimidade da reeleição de Maduro e buscando alternativas para restaurar a confiança no processo democrático.

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Bruno Rigacci

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