Assessor de Lula quer se reunir com grupos de Maduro e Urrutia

O assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais, Celso Amorim, está buscando representantes do governo Nicolás Maduro, observadores internacionais de outros países e dirigentes da oposição para debater as eleições venezuelanas antes de retornar ao Brasil. O objetivo é obter informações mais sólidas antes de alinhar a posição brasileira sobre o pleito no país vizinho.

Amorim viajou até a Venezuela para acompanhar a realização das eleições, e sua missão inicialmente se encerraria nesta segunda-feira (29). No entanto, diante das denúncias de fraude envolvendo a vitória de Maduro, ele permanecerá no país caribenho até pelo menos esta terça-feira (29).

O Brasil ainda não possui provas de que o processo eleitoral foi conduzido com lisura para reconhecer o resultado favorável ao chavista. Questionado sobre o tema, Amorim recitou uma frase atribuída a um pensador romano:

“Sou amigo de César, mas sou mais amigo da verdade. Estou procurando a verdade.”

Ele também destacou que, sem obter as atas verificadas de cada mesa eleitoral, será difícil reconhecer o pleito:

“É meio difícil ter a proclamação do resultado com solenidade sem ter a transparência, a disponibilidade das atas. O sistema não permite manipulação. A dúvida que pode haver é se o total [de atas] corresponde ao que de fato cada mesa produziu.”

Na madrugada desta segunda-feira (29), o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) anunciou a vitória do ditador venezuelano Nicolás Maduro, garantindo seu terceiro mandato consecutivo. No primeiro boletim oficial sobre o pleito, o órgão eleitoral afirmou que, com 80% da apuração total dos votos, Maduro tinha 51,2%, contra 44,2% do principal opositor, Edmundo González Urrutia.

A oposição, liderada por María Corina Machado e Urrutia, denunciou fraude, apontando que o Conselho Nacional Eleitoral é controlado pelo governo chavista. Segundo eles, mais de 40% das atas eleitorais indicam que Edmundo recebeu 70% dos votos e Maduro, 30%. Eles reivindicam a verdade e garantem que não descansarão até que a vontade dos venezuelanos seja respeitada .

Compartilhe nas redes sociais

Bruno Rigacci

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site! ACEPTAR
Aviso de cookies