SP: Convenção de Nunes focará em continuidade de gestão
Na convenção partidária que oficializará a candidatura do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o foco será na continuidade da gestão iniciada ao lado do tucano Bruno Covas, de quem foi vice. O evento está marcado para o próximo dia 3, no estacionamento da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), e espera reunir cerca de 10 mil pessoas. Esse local tem um significado especial, pois foi onde Mário Covas, avô de Bruno Covas, lançou sua vitoriosa candidatura ao governo de São Paulo.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será convidado, mas sua presença ainda é incerta. Estrategistas de Nunes estão discutindo como Bolsonaro participará da campanha. Até o momento, Bolsonaro fez apenas aparições protocolares ao lado do prefeito.
O apoio de Bolsonaro representa um desafio para a campanha de Nunes: ele não pode esconder o ex-presidente, mas precisa evitar que a rejeição a Bolsonaro prejudique sua própria candidatura. De acordo com a última pesquisa do Instituto Datafolha, 65% dos paulistanos não votariam em um candidato apoiado por Bolsonaro.
Para equilibrar o apoio, Nunes tem usado a adesão de diversos partidos à sua reeleição. A convenção do MDB será um momento para mostrar a amplitude da coalizão política em torno da reeleição de Nunes. Representantes de peso de todos os partidos da futura coligação serão convidados. Além do PL, outras dez siglas comporão a coligação: PSD, Republicanos, União Brasil, Progressistas, Podemos, Solidariedade, PRD, Agir, Mobiliza e Avante.
O União Brasil é o único partido que ameaça desembarcar. O presidente municipal da legenda, vereador Milton Leite, criticou a falta de diálogo com Nunes e busca mais espaço na gestão.
Quanto ao PSDB, sua presença no palanque de Nunes permanece incerta. Apesar do apoio de grande parte da militância tucana, o partido deixou sua base após recusar a indicação para vice, que ficou com o PL. Diante disso, o PSDB lançou o apresentador José Luiz Datena como pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. Datena, conhecido por suas indecisões, não confirmou sua candidatura durante uma sabatina recente e afirmou que poderia desistir caso fosse pressionado.
Em um cenário sem Datena, o PSDB tem duas opções: apoiar Nunes ou indicar o vice na chapa da deputada federal Tabata Amaral (PSB). O segundo cenário é considerado mais provável.