PGR denuncia família Mantovani por hostilidades a Moraes
Nesta terça-feira (16), a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra o empresário Roberto Mantovani Filho, sua esposa Renata Munarão, e o genro Alex Zanatta Bignotto. A denúncia está relacionada às hostilidades dirigidas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Aeroporto Fiumicino, em Roma.
Segundo os autos, Mantovani Filho será processado por calúnia, injúria e injúria real. Renata Munarão e Alex Zanatta Bignotto responderão por calúnia e injúria. O incidente ocorreu em julho de 2023.
De acordo com a Justiça, Mantovani Filho também teria agredido o filho de Moraes com um tapa no rosto, resultando em uma acusação adicional. Em depoimento à Polícia Federal, Moraes relatou ter sido chamado de “bandido, comprado e fraudador de urnas”.
Em fevereiro deste ano, o delegado da Polícia Federal Hiroshi de Araújo Sakaki encerrou o caso sem indiciar a família, alegando que as imagens das câmeras do aeroporto não tinham som, impossibilitando a confirmação das ofensas.
Embora tenha reconhecido a agressão de Mantovani ao filho de Moraes, o delegado não indiciou o empresário, considerando o crime de menor potencial ofensivo e cometido fora do país. Após a apresentação do relatório final da investigação pela PF, a PGR solicitou um novo interrogatório de Mantovani para verificar se ele manipulou o vídeo e divulgou uma versão editada no WhatsApp, reabrindo o inquérito.
Por discordâncias, Hiroshi Sakaki pediu para deixar o caso, que foi redistribuído ao delegado Thiago Severo de Rezende, coordenador de contrainteligência da PF. Rezende, em parecer enviado ao STF, afirmou que, mesmo sem o áudio das filmagens, todas as circunstâncias corroboram a versão das vítimas.
“A versão das vítimas não é contradita em momento algum pelas imagens. Embora as palavras não possam ser ouvidas, nada nas imagens contradiz o que foi dito pelos agredidos. A palavra da vítima deve ter peso diferenciado, especialmente quando os demais instrumentos de prova apontam na mesma direção”, enfatizou Rezende.