Vereador Adilson Amadeu é condenado por antissemitismo e perde mandato

Política Nacional

O vereador Adilson Amadeu (União Brasil), de São Paulo, foi condenado por antissemitismo e perdeu o mandato. Ele foi sentenciado a três anos de reclusão, em regime aberto, e à perda do cargo público.

A decisão foi proferida pela juíza Renata William Rached Catelli, da 21ª Vara Criminal de São Paulo. A magistrada considerou que o vereador fez declarações que “contribuíram para perpetuar e reforçar processos de estigmatização contra o judaísmo”.

Amadeu foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo pelo crime de racismo com base em uma mensagem enviada no WhatsApp em 2021. Na mensagem, ele afirmava que “os judeus” queriam “quebra todo mundo” e que “tinham sem vergonhice grande”.

O vereador é reincidente. No ano passado, ele foi condenado por injúria racial após chamar o colega Daniel Annenberg (PSDB) de “judeu filho da p***” e “judeu bosta” em uma sessão na Câmara Municipal.

A defesa de Amadeu argumentou que ele compartilhou o áudio com amigos de infância em um grupo fechado no WhatsApp e que suas críticas foram dirigidas à gestão da pandemia pela prefeitura e pelo governo paulistas e não aos judeus. Os advogados também destacaram que ele emitiu um pedido de desculpas à Federação Israelita de São Paulo e que “sempre teve amizade com judeus”.

A magistrada, no entanto, rejeitou os argumentos da defesa. Ela afirmou que o vereador, por ser um homem público, deveria ter cuidado especial com suas manifestações.

“Em poucas palavras, o acusado conseguiu reviver ideias sabidamente consideradas antissemitas, ajudando a disseminá-las, estigmatizando o povo judaico”, escreveu a juíza.

A decisão ainda cabe recurso, mas Amadeu poderá ficar no cargo enquanto o processo não for julgado.

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