O deputado federal André Janones (Avante-MG) confessou no livro Janonismo Cultural: O Uso das Redes Sociais e a Batalha pela Democracia no Brasil, que será lançado em 20 de novembro, que criou uma fake news para desestabilizar a campanha de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
O parlamentar, que coordenou a campanha digital do presidente Lula (PT), admitiu ter espalhado uma informação falsa para supor que algo ilegal contra o candidato à reeleição foi encontrado no celular do ex-ministro Gustavo Bebianno, morto em 2020.
Na época das eleições, pelas redes sociais, Janones escreveu:
Mortos não falam, mas os celulares deles, sim. Isto aqui é só o frame de um vídeo, e de onde saiu esse tem muito mais. Apenas aguarde. Haverá choro e ranger de dentes.
No livro, porém, Janones confessa que não teve nenhum acesso ao aparelho e que inventou essa situação para assustar a oposição.
Apesar de jamais ter chegado perto desse mítico aparelho, insinuei que havia tido acesso a ele. Só para atormentá-los mais um pouco.
E continua:
Horas antes de o debate começar, publiquei uma foto minha segurando alguns papéis. A legenda dizia: “Tá tudo na mão do Pai, agora é com ele. Seja o que Deus quiser!” O que Jair Bolsonaro temia? Que eu tivesse entregado documentos sobre Gustavo Bebianno para Lula às vésperas do último debate. Até eu me impressionava com minha capacidade de mexer com eles.
Em outra parte, Janones escreve que Bolsonaro chegou a pedir que a Justiça suspendesse suas redes sociais porque, segundo ele, a “atuação na campanha estava causando efeitos psicológicos negativos” no então presidente.
Para ficar comovido assim, o celular de Gustavo Bebianno só podia ter conteúdos altamente comprometedores. Não sei se isso ajudou em alguma coisa, mas fato é que Lula foi muito bem naquele debate. A vitória estava consolidada.
