Seca histórica na Amazônia deixa comunidades rurais isoladas e em risco de migração

Cidades

A ambientalista Valcléia Solidade alertou para a situação “crítica” das comunidades rurais que vivem na Amazônia brasileira, devido à seca histórica na região.

Segundo Solidade, cerca de 75% das quase 600 comunidades atendidas pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), uma das maiores ONGs da região, têm problemas de comunicação devido à diminuição da vazão dos rios.

As viagens para muitas aldeias se tornaram praticamente impossíveis, com o rio Negro (um dos principais afluentes do Amazonas) no seu nível mais baixo desde que se iniciaram os registros em 1902, como resultado de uma combinação de temperaturas elevadas e baixa pluviosidade associada ao fenômeno El Niño.

Além disso, a morte em massa de peixes, incluindo mais de 150 golfinhos de duas espécies ameaçadas de extinção, piorou a qualidade da água em uma região que já sofre de falta de água potável.

O governo brasileiro anunciou apoio para drenar os rios e facilitar a navegação, além de enviar ajuda humanitária às comunidades afetadas. No entanto, Solidade disse que os anúncios são “ações paliativas que não vão resolver fundamentalmente a situação” e pede que se vá além, com investimentos de longo prazo em saneamento básico e capital humano.

Se isso não for feito, é “provável” que os habitantes das comunidades atualmente isoladas pela seca acabem migrando para as cidades no futuro “para não voltarem a viver esta experiência”, advertiu.

No final da entrevista, a ambientalista disse que não é o ator e ativista Leonardo DiCaprio que irá salvar a Amazônia.

“Não é o Leonardo DiCaprio que vai salvar a Amazônia. Somos nós, brasileiros, que temos que salvá-la. Como sociedade, temos que exigir que nossos representantes tomem atitudes para resolver o problema”, frisou Solidade.

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