Amazonas: Cidades entram em estado de emergência por seca

Cidades

A seca na Amazônia, um dos ecossistemas mais preciosos do mundo, é um alerta que não pode ser ignorado. Neste artigo, exploraremos as preocupantes imagens de satélites que revelam a extensão da seca no estado do Amazonas, assim como os impactos devastadores que isso está causando em suas comunidades. Além disso, discutiremos o aumento das queimadas na região e seu efeito adicional na crise climática.

As imagens de satélites não deixam margem para dúvidas: a cobertura de água na Amazônia atingiu sua menor extensão desde 2018, segundo dados da plataforma MapBiomas. No estado do Amazonas, a situação é crítica, com uma redução significativa na superfície de água em comparação com o ano anterior. A seca está afetando não apenas a flora e fauna, mas também as comunidades locais.

Lagos inteiros, como o Lago Tefé, sofreram com a seca, levando a uma tragédia para a população local, incluindo a morte de mais de 100 botos. Além disso, o Lago de Coari também foi atingido, prejudicando o acesso a alimentos, medicamentos e o funcionamento das escolas. A situação é alarmante, com 25 municípios do estado enfrentando reduções na superfície de água superiores a 10 mil hectares.

Barcelos é um dos municípios mais afetados, perdendo impressionantes 69 mil hectares de água entre setembro de 2022 e setembro de 2023. Codajás, Beruri e Coari também enfrentam perdas substanciais, todas superiores a 40 mil hectares de água. Essa seca impacta diretamente comunidades ribeirinhas, extrativistas, quilombolas, indígenas e áreas urbanas. Até mesmo a capital, Manaus, viu o nível do Rio Negro atingir a menor marca em mais de um século.

Essa seca histórica ocorre apenas dois anos após o Rio Negro ter registrado sua maior cheia em 2021, com uma marca de 30,02 metros em Manaus. Agora, quatro municípios na calha do rio estão em situação de emergência. É uma mudança dramática que reflete as extremas flutuações climáticas na região.

Para agravar ainda mais a situação, a Amazônia e, em particular, Manaus, enfrentam um aumento nas queimadas. Em alguns dias, a capital amazonense ficou envolta em uma nuvem de fumaça de queimadas, resultando em uma “neblina” visível mesmo durante a noite.

Até 29 de setembro, foram registrados 6.782 focos de queimadas no Amazonas, representando um aumento de 33% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando houve 5.100 focos. Embora este número seja alarmante, vale a pena observar que o cenário em setembro de 2022 foi ainda pior, com 8.103 focos de queimadas. No entanto, a preocupação persiste, pois as queimadas continuam ameaçando a saúde da floresta e o clima global.

A combinação de seca e queimadas representa uma ameaça séria para a Amazônia e para o mundo. Os impactos dessa crise são múltiplos:

  1. Perda de Biodiversidade: A seca afeta a flora e fauna da região, ameaçando a biodiversidade única da Amazônia.
  2. Comunidades Afetadas: As comunidades locais que dependem da água dos rios e lagos enfrentam desafios significativos devido à redução na superfície de água.
  3. Clima Global: A Amazônia desempenha um papel fundamental na regulação do clima global, e a destruição da floresta e as emissões de carbono provenientes das queimadas contribuem para as mudanças climáticas.
  4. Impactos na Saúde: A poluição do ar resultante das queimadas tem impactos negativos na saúde das pessoas, aumentando os problemas respiratórios.

Medidas Necessárias

A situação na Amazônia exige ação imediata e coordenação internacional. Algumas das medidas necessárias incluem:

  1. Preservação e Restauração: Promover a preservação das áreas de floresta remanescente e investir em esforços de restauração.
  2. Prevenção de Queimadas: Reforçar medidas para prevenir e combater incêndios florestais, incluindo o apoio a brigadas de combate a incêndios.
  3. Apoio às Comunidades Locais: Fornecer assistência às comunidades locais afetadas pela seca e pelas queimadas, garantindo seu acesso a recursos essenciais.
  4. Conscientização Global: Sensibilizar o mundo sobre a importância da Amazônia para o equilíbrio climático global.
  5. Ação Climática Global: Acelerar esforços globais para reduzir as emissões de carbono e combater as mudanças climáticas.

A seca e as queimadas na Amazônia são um lembrete crítico de que a proteção do meio ambiente é uma responsabilidade compartilhada por todos. Ações decisivas são necessárias para preservar este ecossistema precioso e garantir um futuro sustentável para a região e para o planeta.

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