Polícia da Nicarágua prende quarto padre em uma semana

Política Internacional

A situação na Nicarágua continua a se deteriorar em relação à relação tensa entre o governo e a Igreja Católica, com a prisão do quarto padre em apenas uma semana. O padre Álvaro Toledo, da diocese de Estelí, foi preso por agentes da Polícia Nacional da Nicarágua na noite de quinta-feira, 5 de outubro, no município de Ocotal, na fronteira com Honduras. Sua prisão ocorreu horas depois de ele mencionar em sua homilia a prisão de outros religiosos da mesma diocese e alertar sobre a escassez de padres na região.

O padre Toledo enfatizou a importância dos sacerdotes para a comunidade, destacando que “sem sacerdotes, um povo, espiritualmente, está morto”. Ele também fez um apelo a Deus para que abençoasse a Nicarágua. Infelizmente, sua previsão de que ele próprio poderia ser preso se concretizou.

Outros três sacerdotes, José Iván Centeno, Julio Ricardo Norori e Cristóbal Gadea, da mesma diocese de Estelí, foram presos pela Polícia Nacional entre 1º e 2 de outubro e levados para a capital, Manágua.

Esses episódios de prisões de padres fazem parte de uma série de tensões entre o governo do presidente Daniel Ortega e a Igreja Católica na Nicarágua. As relações já foram marcadas por expulsões e prisões de religiosos, proibição de atividades religiosas e suspensão das relações com o Vaticano.

O Papa Francisco expressou preocupações sobre o governo sandinista, chamando-o de “ditadura grosseira” e apontando para um “desequilíbrio na pessoa que lidera” o país, referindo-se a Daniel Ortega. A situação continua a ser acompanhada de perto pela comunidade internacional e por organizações de direitos humanos, devido às crescentes tensões e à repressão às vozes críticas no país.

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