Neste sábado (16), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido popularmente como Lula, fez uma declaração contundente contra o embargo econômico dos Estados Unidos em relação a Cuba. Durante um discurso proferido na Cúpula do G77 + China, realizada em Havana, Lula classificou o embargo como ilegal e reiterou o compromisso do Brasil em se opor a medidas coercitivas unilaterais.
Lula destacou que o Brasil é contra qualquer medida coercitiva de caráter unilateral e expressou o repúdio à inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo. Ele enfatizou que Cuba tem sido uma defensora de uma “governança global mais justa” e ressaltou que o país caribenho continua sendo vítima de um embargo econômico ilegal.
A declaração de Lula reacendeu o debate em torno do embargo dos EUA a Cuba, uma questão diplomática de longa data que tem gerado controvérsia internacional. A Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprova anualmente uma resolução que critica a política americana em relação a Cuba e pede o fim do embargo. No entanto, é importante observar que essa medida não tem efeito vinculante.
Ao longo dos anos, o Brasil historicamente se posicionou a favor da resolução da ONU que condena o embargo dos EUA a Cuba. No entanto, em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o Brasil adotou uma postura contrária à resolução, alinhando-se com os Estados Unidos e Israel nesse voto. Na época, apenas esses três países votaram da mesma maneira.
Essa mudança na posição do Brasil em relação ao embargo cubano sob o governo Bolsonaro destacou a polarização política em questões internacionais e demonstrou uma divergência significativa em relação à política externa adotada pelo governo anterior, que defendia a solidariedade com Cuba e outros países em desenvolvimento.
A declaração de Lula na Cúpula do G77 + China sinaliza uma possível reversão na posição do Brasil em relação ao embargo cubano, colocando-o novamente em consonância com a maioria dos países da comunidade internacional que buscam o fim dessa política de sanções econômicas contra Cuba. O futuro da política externa brasileira sob a liderança de Lula promete ser objeto de atenção e debate nos próximos anos.