Uma reportagem explosiva revelou que ministros do governo Lula têm utilizado voos da Força Aérea Brasileira (FAB) para dar carona a esposas e até mesmo ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações foram publicadas pelo jornal Folha de São Paulo, com dados da lista de passageiros obtidos via Lei de Acesso à Informação.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), esteve acompanhado de sua esposa, a secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, em pelo menos nove voos entre São Paulo e Brasília. Essas viagens ocorreram nos fins de semana, quando o ministro costuma passar na capital paulista, sua antiga moradia antes de assumir o cargo no governo.
Essas revelações têm gerado intensos debates sobre a ética e a legalidade do uso das aeronaves da FAB. O decreto n° 10.267, atualizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em março de 2020, estabelece que as aeronaves da FAB só podem ser utilizadas para fins de trabalho, com a efetiva necessidade da substituição de voos comerciais analisada pela autoridade solicitante.
Outro ministro envolvido no escândalo é Luiz Marinho (PT), do Ministério do Trabalho. Ele esteve acompanhado de sua esposa, a secretária-adjunta de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Nilza Aparecida de Oliveira, em dois voos. O Ministério do Trabalho afirmou que as viagens seguiram as normas estabelecidas no decreto sobre o uso das aeronaves.
Mas as surpresas não param por aí. Em um dos voos, realizado no dia 2 de maio, estava presente Lu Alckmin, esposa do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Além dela, um outro parente de Alckmin, o advogado José Eduardo Rangel Alckmin, também estava no voo.
A questão se torna ainda mais intrigante com a presença do ministro Alexandre de Moraes, do STF, em um dos voos da FAB. De acordo com o decreto que regula o uso das aeronaves, apenas o presidente do STF pode solicitar aviões da Aeronáutica para deslocamentos a trabalho ou por motivo de segurança. Para os casos em que Moraes viajou, ele foi incluído na comitiva de algum dos ministros a bordo.
Esse escândalo tem abalado a confiança da população, que espera respostas e providências imediatas por parte do governo Lula. O uso questionável das aeronaves da FAB levanta sérias questões sobre o uso correto dos recursos públicos e a transparência no governo. As repercussões desse caso prometem ecoar por todo o cenário político, gerando polêmicas e debates acalorados em todo o país.
