Presidente da Argentina reforça críticas ao acordo UE-Mercosul e elogia Lula durante cúpula do bloco
Durante a cúpula do Mercosul realizada em Puerto Iguazú nesta terça-feira (4), o presidente da Argentina, Alberto Fernández, decidiu intensificar suas críticas ao acordo comercial negociado entre a União Europeia e o Mercosul. Em busca de apoio financeiro do Brasil, Fernández dirigiu palavras elogiosas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e afirmou que, sem ele, a América do Sul seria mais fraca e pequena.
Fernández ressaltou a importância de Lula no cenário internacional, especialmente diante dos grandes blocos econômicos existentes atualmente. Ele afirmou que, sem a liderança de Lula, os países sul-americanos seriam mais vulneráveis e menos influentes. O presidente argentino expressou o desejo de que a região se mantenha forte, defendendo seus próprios interesses.
O líder argentino criticou o acordo UE-Mercosul, destacando a necessidade de corrigir os desequilíbrios presentes no texto negociado. Segundo Fernández, o Mercosul foi o bloco que mais cedeu durante as negociações, mesmo sendo o menos desenvolvido dos envolvidos. Ele também acusou o setor de alimentos europeu de ser excessivamente protecionista.
Fernández expressou preocupação com a carta adicional apresentada pela União Europeia, que prevê sanções em caso de descumprimento de normas ambientais. Ele considerou que o enfoque ambiental no acordo é excessivo e pediu uma revisão dessa abordagem.
Durante seu discurso, Fernández transmitiu a presidência pro tempore do Mercosul a Lula, elogiando-o e expressando profunda admiração pelo ex-presidente brasileiro. Ele se referiu a Lula como vítima de perseguição e injustiça, e afirmou que o povo brasileiro reparou essa situação ao dar a liderança do país ao petista.
As declarações de Alberto Fernández revelam seu posicionamento crítico em relação ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, ressaltando a necessidade de ajustes e proteção dos interesses do bloco sul-americano. Seus elogios a Lula reforçam a imagem do presidente como uma figura importante na região, ao mesmo tempo em que destacam as divergências políticas e econômicas existentes entre os líderes sul-americanos.