Em entrevista à Rádio Gaúcha nesta quinta-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a expressar seu apoio à Venezuela, mesmo sendo um regime autoritário contestado pela maioria do mundo ocidental.
Lula declarou que a Venezuela realiza mais eleições do que o Brasil e argumentou que o conceito de democracia é relativo. Ele ressaltou que o Partido dos Trabalhadores (PT) é um exemplo de exercício democrático, mas tentou se distanciar das críticas diretas à Venezuela, afirmando que a interferência de um país dentro de outro não está correta. O presidente desafiou os críticos de Nicolás Maduro a derrotá-lo nas próximas eleições, ressaltando a importância de fiscalizar o processo eleitoral.
Em relação à Nicarágua e ao presidente Daniel Ortega, outro aliado de esquerda contestado, Lula mencionou que pretende conversar com ele para resolver os problemas relacionados à perseguição de padres católicos. O regime autoritário nicaraguense tem sido alvo de críticas devido às violações dos direitos humanos e à perseguição religiosa.
Durante a entrevista, Lula também defendeu o financiamento de obras no exterior, como na Argentina, afirmando que isso representa a exportação da engenharia brasileira. Ele assegurou que países como Venezuela e Cuba irão pagar as dívidas referentes às obras financiadas no passado. Além disso, Lula destacou que seu governo promoverá parcerias público-privadas (PPPs) de forma inédita.
As declarações do presidente geraram reações diversas, uma vez que a situação política e os regimes autoritários da Venezuela e da Nicarágua têm sido amplamente questionados pela comunidade internacional. A defesa de Lula em relação a esses países e sua ênfase na exportação da engenharia brasileira geraram debates sobre as políticas externas adotadas durante seu governo.
