Nesta terça-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou uma nova estratégia de comunicação ao adotar o formato de live para se conectar diretamente com os brasileiros. Intitulado “Conversa com o Presidente”, o programa semanal visa abordar as ações realizadas durante os mais de cinco meses de seu governo. A iniciativa surge em meio a uma queda de popularidade decorrente de desafios de articulação com o Congresso e o esvaziamento de pastas consideradas prioritárias durante sua campanha, como Meio Ambiente e Povos Indígenas.
O “Conversa com o Presidente” segue a adaptação do formato utilizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que utilizava as lives como meio de comunicação direta com os cidadãos por meio da internet. A melhoria na comunicação tem sido um ponto de preocupação da equipe de Lula, que reconhece a necessidade de estabelecer uma conexão mais direta com os eleitores, além das entrevistas na mídia e dos discursos em eventos oficiais.
Durante a primeira edição do programa, Lula abordou a execução dos programas sociais desde o início de seu novo mandato, reforçando seu objetivo de “entregar um país melhor em 2026”. O presidente ressaltou a importância de olhar para todas as classes sociais, e não apenas para os mais vulneráveis, que foram o foco das primeiras ações, como a retomada do Bolsa Família e do Minha Casa Minha Vida.
No entanto, Lula expressou sua preocupação com o tempo limitado de um mandato de quatro anos para realizar todas as ações planejadas, sem deixar claro se pretende disputar a reeleição no próximo pleito. Ele destacou as dificuldades legais e burocráticas enfrentadas para implementar projetos importantes em um país onde há fiscalização, Tribunal de Contas e a necessidade de aprovação pelo Congresso.
O presidente mencionou o mandato do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que enfrentou desafios para aprovar seus projetos. Lula expressou a urgência de suas ações e afirmou que transmitiu essa pressa aos ministros, cobrando deles uma aceleração nos projetos de suas respectivas pastas durante a próxima reunião ministerial, agendada para quinta-feira (15).
Embora cobre agilidade dos ministros na execução das ações, Lula evitou discutir a dificuldade de articulação que vem enfrentando com o Congresso Nacional, em especial com a Câmara dos Deputados, para a aprovação dos projetos de interesse do governo. Também não comentou a possível saída de Daniela Carneiro (União Brasil-RJ) do Ministério do Turismo, que teria sido autorizada por ele sob pressão do União Brasil.
Durante a live, Lula anunciou que o governo lançará uma nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no dia 2 de julho. O presidente não forneceu detalhes sobre essa nova ação, mas mencionou que assumiu o governo com 14 mil obras paralisadas em todo o país.
Lula também destacou a necessidade de o Minha Casa Minha Vida atender também a classe média brasileira, composta por pessoas com renda entre R$ 7 mil e R$ 8 mil. No entanto, não aprofundou os detalhes sobre as regras que serão estabelecidas. A medida provisória que restabeleceu o programa foi aprovada na Câmara dos Deputados na semana passada e deve ser discutida no Senado ainda neste mês.
O presidente ainda comentou que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia deve ser finalizado até o final do ano, após sua reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Ele entregou a ela um documento contendo as exigências do Brasil para participar do acordo, como a priorização das compras governamentais de pequenas e médias empresas brasileiras.
Com a iniciativa das lives, Lula busca uma maior proximidade com os cidadãos, compartilhando informações sobre as ações de seu governo e reforçando seus objetivos para o país. A estratégia visa estabelecer uma comunicação direta e transparente, permitindo que os brasileiros acompanhem de perto as decisões e projetos do governo Lula.
