Cuba se indigna por seguir na lista de terrorismo dos EUA
O governo cubano ficou “surpreso e irritado” nesta terça-feira (25) com a decisão do Departamento de Estado dos Estados Unidos de manter Cuba na lista dos países que não cooperam plenamente com os esforços antiterroristas de Washington.
– O governo Biden mantém Cuba na lista dos países que não cooperam na luta contra o terrorismo. É surpreendente e irritante a calúnia aplicada pela política de Trump e suas 243 medidas de bloqueio – escreveu no Twitter o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez.
A ilha foi novamente incluída nesta lista em maio do ano passado pelo governo de Donald Trump, que, em janeiro, também devolveu Cuba à lista de países patrocinadores do terrorismo, uma das últimas decisões do ex-presidente americano.
Os EUA justificaram a medida referindo-se à presença em Cuba de integrantes da guerrilha do ELN, que viajaram para Havana (onde ainda permanecem) em 2017, para iniciar negociações de paz (agora paralisadas) com o governo colombiano.
O governo do presidente colombiano Iván Duque pediu reiteradamente a Cuba a extradição dos membros da delegação negociadora, algo que Havana rejeita, considerando que violaria os preceitos do Direito Internacional em que se baseiam os protocolos do diálogo de paz.
O país tinha deixado as duas listas em 2015, na fase de aproximação promovida pelo então presidente americano Barack Obama e paralisada por Trump, a qual, durante seu mandato, redobrou as sanções a Havana e interrompeu o “degelo”.
A inclusão de Cuba na lista de países que “não cooperam plenamente” com os esforços de antiterrorismo dos EUA implica uma proibição da venda de armas às nações que nela figuram: Cuba, Venezuela, Irã, Coreia do Norte e Síria.
Embora em Cuba (que atravessa sua pior crise em três décadas) se esperasse que a chegada ao poder do democrata Joe Biden, em janeiro, fosse amenizar as tensões bilaterais vividas com Trump e promover uma nova reaproximação, a Casa Branca afirmou duas vezes que a mudança de política em relação à ilha não é uma prioridade em sua agenda.
*EFE
Fonte: Pleno News