Mesmo após tentativa desesperada, preço do combustível deve subir em 2026

Apesar do aumento do teor de etanol na gasolina comum, o consumidor brasileiro não sentiu a redução de preços prometida ao longo de 2025. Desde 1º de agosto, a mistura passou de 27,5% para 30%, e a estimativa inicial do governo federal apontava para uma queda de até R$ 0,20 por litro nos postos. Na prática, porém, o valor da gasolina encerra o ano praticamente no mesmo patamar e já há projeções de alta para 2026, impulsionadas, entre outros fatores, pelo aumento do ICMS.

Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) indicam que, em janeiro de 2025, o preço médio da gasolina era de R$ 6,17. Em fevereiro, o combustível atingiu o pico do ano, com média de R$ 6,36. A partir daí, os preços oscilaram pontualmente, sem que a nova composição com maior proporção de etanol gerasse uma redução significativa para o consumidor final.

Especialistas do setor explicam que o possível impacto positivo do aumento do etanol foi neutralizado por outros fatores que pressionaram os preços ao longo do ano. Entre eles estão as variações do petróleo no mercado internacional, custos logísticos, margens de distribuição e, sobretudo, a elevada carga tributária incidente sobre os combustíveis.

Além de não trazer o alívio esperado em 2025, a perspectiva para 2026 é de novos aumentos. A elevação do ICMS sobre combustíveis, definida pelos estados, tende a ser repassada integralmente ao consumidor, independentemente da composição da gasolina ou do custo do etanol no mercado interno.

O resultado frustra a expectativa criada em torno da mudança na fórmula do combustível, apresentada como uma solução para aliviar o bolso do motorista. Analistas avaliam que, sem alterações estruturais na política de preços e no sistema tributário, ajustes pontuais na mistura da gasolina dificilmente se traduzirão em reduções efetivas nas bombas.

Assim, mesmo com a ampliação do uso de etanol — apontada como positiva do ponto de vista ambiental e do estímulo à produção nacional —, o motorista brasileiro segue enfrentando preços elevados e a perspectiva de pagar ainda mais caro para abastecer em 2026.

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Bruno Rigacci

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