Malu Gaspar mira outro ministro do STF em nova “bomba”

Um novo artigo da colunista Malu Gaspar, publicado em O Globo, provocou forte repercussão ao colocar sob críticas diretas a atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli no caso envolvendo a liquidação do banco Master. O texto tem como título “Master: Acareação de Toffoli ajuda plano da defesa para desmontar investigação de fraude” e aponta que decisões recentes do ministro estariam alinhadas à estratégia jurídica dos investigados.

Segundo a jornalista, após conseguir levar o inquérito do Master ao STF e impor sigilo absoluto ao processo, a defesa do banco avançou para uma nova etapa: enfraquecer a credibilidade do Banco Central (BC) e tentar desmontar a investigação que resultou na liquidação da instituição financeira. O objetivo final, afirma a coluna, seria reverter a medida extrema e até pleitear eventual ressarcimento.

Malu Gaspar destaca que Toffoli marcou uma acareação entre o controlador do Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor de fiscalização do Banco Central, Ailton Aquino — mesmo sem que depoimentos prévios tenham sido colhidos. Para a colunista, o procedimento é atípico e coloca o BC no mesmo patamar dos investigados, apesar de Aquino não ser alvo formal da apuração.

O texto também relata que o ministro negou pedidos tanto da Procuradoria-Geral da República quanto do próprio Banco Central para suspender a acareação. Nos bastidores, segundo a coluna, técnicos da autarquia demonstram preocupação com possível intimidação e relatam ter sofrido pressão política inédita em favor de um único banco.

A reportagem relembra que a liquidação do Master foi aprovada de forma unânime pela diretoria colegiada do Banco Central, incluindo o presidente da instituição, Gabriel Galípolo. A colunista ressalta ainda que, internamente, Ailton Aquino era visto como alguém que resistia à liquidação e minimizava alertas sobre problemas graves de liquidez e fraudes, apontados inclusive pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Outro ponto sensível destacado é um episódio envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, que teria tratado do caso com Galípolo antes da liquidação, mas recuado ao tomar conhecimento das fraudes. A partir daí, segundo a coluna, os problemas financeiros do Master se agravaram, com indícios claros de falta de liquidez.

Para Malu Gaspar, a condução do caso por Toffoli levanta dúvidas sobre a isenção do processo e reforça a percepção de que as decisões do ministro têm favorecido a estratégia da defesa. Embora o próprio Toffoli negue qualquer intenção de aliviar a situação do banco, a colunista conclui que, até agora, os fatos apontam na direção oposta, com sucessivas vitórias jurídicas para Daniel Vorcaro.

A coluna reacende o debate sobre os limites da atuação do Judiciário em investigações sensíveis do sistema financeiro e sobre os impactos institucionais de decisões tomadas no âmbito do Supremo Tribunal Federal.

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Bruno Rigacci

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