Encontro entre Alexandre de Moraes e Daniel Vorcaro é questionado no MPF

Um encontro entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o ex-banqueiro Daniel Vorcaro passou a ser alvo de questionamentos formais junto ao Ministério Público Federal (MPF). A iniciativa partiu do advogado Ênio Martins Murad, de Mato Grosso do Sul, que protocolou uma manifestação solicitando a abertura de procedimento investigatório para apurar os fatos.

No documento encaminhado ao MPF, Murad faz questão de ressaltar que a iniciativa não possui caráter acusatório. Segundo ele, a manifestação “não tem natureza acusatória, não imputa crimes, não formula juízo de culpa e não afirma a ocorrência de ilícitos”, tendo como objetivo principal o esclarecimento de fatos considerados sensíveis sob a ótica institucional e dos princípios que regem a administração pública.

Entre os pontos destacados, o advogado chama atenção para informações de que o Banco Master teria firmado um contrato de prestação de serviços advocatícios no valor aproximado de R$ 129 milhões com o escritório da advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes. De acordo com Murad, a relação contratual merece ser analisada à luz dos princípios da moralidade, impessoalidade e transparência que norteiam a atuação de agentes públicos.

Outro aspecto levantado na manifestação diz respeito a um jantar entre o ministro do STF e o ex-banqueiro Daniel Vorcaro, que teria ocorrido antes da prisão deste último. Para o advogado, o episódio precisa ser esclarecido para afastar eventuais dúvidas sobre a conduta institucional e a imparcialidade esperada de membros da Suprema Corte.

O caso ganha ainda mais repercussão em meio a recentes críticas internacionais direcionadas ao ministro Alexandre de Moraes. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) manifestou indignação com a censura imposta ao livro “Diário da Cadeia”, proibido por decisão do ministro. Embora Moraes sustente que a obra induz o público ao erro ao criar a falsa impressão de que o ex-parlamentar Eduardo Cunha seria o verdadeiro autor do livro, a censura permanece há quase um ano, o que tem levantado questionamentos sobre liberdade de expressão e transparência.

Até o momento, não há informações sobre a abertura formal de investigação pelo MPF, nem manifestação pública do ministro Alexandre de Moraes ou das partes envolvidas sobre o pedido protocolado.

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Bruno Rigacci

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