Em decisão sobre cirurgia de Bolsonaro, Moraes expõe sua crueldade

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu limitar a presença de acompanhantes junto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o período de internação hospitalar em Brasília. Pela determinação, apenas a esposa, Michelle Bolsonaro, está autorizada a permanecer de forma contínua ao lado do ex-chefe do Executivo.

Os filhos do ex-presidente — o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) — só poderão visitá-lo mediante autorização judicial prévia.

A decisão foi formalizada por despacho no qual Moraes deixou explícitas as condições para o acompanhamento durante a internação hospitalar.

“Autorizo a presença da esposa do custodiado, Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, como acompanhante durante toda sua internação, observadas as regras do hospital. As demais visitas somente poderão ocorrer com prévia autorização judicial”, escreveu o ministro.

Contexto da decisão

Bolsonaro está internado após autorização judicial para a realização de uma cirurgia de hérnia inguinal bilateral. Além da restrição de acompanhantes, Moraes também determinou vigilância permanente da Polícia Federal no hospital, com agentes posicionados de forma contínua durante todo o período de internação.

Segundo o entendimento do ministro, as medidas fazem parte das atribuições do Estado na custódia de investigados e visam garantir a segurança do paciente, o controle de acessos e a preservação da ordem nas dependências da unidade hospitalar.

Repercussão e críticas

A decisão provocou forte reação entre aliados e apoiadores de Jair Bolsonaro, que classificaram a restrição como desnecessária e excessivamente rígida, especialmente por ocorrer em um momento de fragilidade física do ex-presidente. Parlamentares da oposição afirmam que impedir a presença dos filhos durante a internação representa um tratamento desumano e desproporcional.

Por outro lado, defensores da medida argumentam que a limitação segue critérios legais e busca evitar contatos não autorizados, movimentações políticas ou questionamentos futuros sobre eventual descumprimento de determinações judiciais.

Clima de tensão

O episódio se soma a uma sequência de decisões que intensificaram o embate entre Jair Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, relator de investigações que envolvem o ex-presidente no STF. A combinação de vigilância policial, restrição de visitas e silêncio institucional quanto a riscos específicos tem ampliado o debate público sobre os limites entre cautela jurídica e rigor excessivo.

Enquanto Bolsonaro permanece internado, a decisão mantém apenas a esposa ao seu lado, deixando os demais familiares dependentes de autorização judicial para qualquer contato presencial — mais um capítulo de um confronto que ultrapassa o campo jurídico e se projeta sobre o cenário político nacional.

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Bruno Rigacci

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