Em pleno ano de eleição, Lula vai criar mais um Ministério
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pretende criar um Ministério da Segurança Pública a partir de 2026, mas condicionou a iniciativa à aprovação da chamada PEC da Segurança Pública pelo Congresso Nacional. Segundo o petista, a Constituição Federal, na forma atual, não concede ao governo federal competência direta suficiente para atuar de maneira mais ampla no setor.
Durante declaração pública, Lula disse que evita tratar do tema com mais profundidade justamente por considerar que a União não possui atribuições claramente definidas na área da segurança pública. Para ele, essa limitação só seria superada com uma mudança constitucional.
De acordo com o presidente, a proposta de emenda serviria para delimitar o papel do governo federal no enfrentamento da criminalidade. A partir dessa redefinição de competências, seria possível criar uma nova pasta ministerial dedicada exclusivamente ao tema. Atualmente, o governo Lula conta com 38 ministérios, número que já é alvo de críticas por parte da oposição.
Lula também comentou dificuldades internas do próprio governo em lidar com pautas relacionadas à violência contra a mulher. Segundo ele, ministros homens teriam dificuldades de diálogo sobre o tema com a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, o que indicaria entraves culturais e políticos dentro da própria gestão.
Além disso, o presidente aproveitou a ocasião para alfinetar possíveis adversários nas eleições presidenciais de 2026. Para Lula, até o momento não surgiram propostas novas capazes de mobilizar o eleitorado. Ele afirmou que a oposição carece de inovação no discurso e que não há sinais de projetos diferentes dos já apresentados anteriormente ao país.
A declaração, no entanto, gerou críticas. Para opositores, a ideia de criar um novo ministério em ano eleitoral, especificamente voltado à segurança pública — um dos temas mais sensíveis para a população —, somada aos ataques a adversários políticos, seria um indicativo de desgaste político e tentativa de reposicionamento diante do avanço da criminalidade e da insatisfação popular. Para esse grupo, o movimento soa mais como estratégia eleitoral do que como solução concreta para o problema.





