Um entre os 10 ministros do STF resolveu ignorar completamente “Bessias”
A articulação em torno da indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF) continua revelando sinais de tensão e desconforto entre ministros da Corte. Entre os dez integrantes atuais, apenas um não fez qualquer contato de cortesia com o indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Cortesia institucional: quase todos ligaram — menos Dino
Segundo relatos de bastidores, o ministro Alexandre de Moraes telefonou nesta segunda-feira para desejar sorte a Messias, mantendo o protocolo informal que costuma ocorrer quando um novo nome é indicado ao tribunal.
A exceção é o ministro Flávio Dino, que até agora não realizou sequer uma ligação para o atual advogado-geral da União. A ausência de comunicação chamou atenção porque ambos trabalharam juntos no governo Lula e mantinham boa relação quando integravam a equipe ministerial.
Clima de estranhamento
Interlocutores do governo avaliam que o silêncio de Dino tem causado estranhamento e alimentado interpretações diversas no meio político. Embora o ministro não tenha se manifestado publicamente sobre o tema, aliados reconhecem que a distância entre os dois é incomum diante do histórico de convivência.
A atitude é comentada reservadamente por parlamentares e auxiliares do Planalto, que veem no gesto — ou na falta dele — um sinal do ambiente sensível que cerca a indicação de Messias ao STF, já afetada por resistências no Senado.
Pressão sobre Lula e efeitos colaterais
O comportamento dos ministros ocorre no momento em que Lula intensifica esforços para evitar que a indicação enfrente obstáculos maiores. O presidente tem atuado diretamente com senadores para mapear resistências e reconstruir apoios.
O silêncio de Dino, mesmo que não explicito, acaba sendo mais um elemento num cenário já marcado por tensões políticas internas e externas ao governo.





