Celular de Daniel Vorcaro está nas mãos da PF e causa calafrios em Brasília

O celular do banqueiro Daniel Vorcaro, preso na última segunda-feira, tornou-se o item mais temido por figuras influentes da política nacional. A informação foi revelada pelo jornalista Robson Bonin, da Veja, em nota que circulou intensamente em Brasília neste domingo (23).

O aparelho está sob custódia da Polícia Federal, que deverá submetê-lo a uma perícia completa — incluindo análises físicas e acesso a dados armazenados em nuvem. Segundo Bonin, há grande apreensão no meio político sobre quais conversas e registros podem estar armazenados ali.

Relações amplas e transpartidárias

Vorcaro, dono do Banco Master, mantinha relações notórias com políticos do governo Lula e da oposição. A extensão dessas interações, porém, ainda é desconhecida — e esse é justamente o ponto que mais preocupa o establishment de Brasília.

Bonin escreveu:

“Caciques do governo Lula e da oposição tinham notórias relações com o dono do Banco Master. Até que ponto as conversas dele com esses figurões ficaram registradas no aparelho ou na nuvem, não se sabe, mas muita gente anda preocupada em se afastar do caso.”

Nos bastidores, a tensão é evidente. Alguns líderes tentam se desvincular de qualquer relação com o banqueiro, enquanto outros já acionaram equipes jurídicas preventivamente.

Tentativa de viagem e venda do Master

Preso na noite de segunda-feira, Vorcaro já havia anunciado a venda do Banco Master ao grupo Fictor, movimento que Bonin descreve como calculado — feito quando o banqueiro já sabia que seria alvo de buscas em oito endereços, entre residências e sedes do banco.

Embora ciente de que teria passaporte recolhido e de que seria proibido de deixar o país, Vorcaro ainda assim tentou viajar, o que reforçou a decisão da PF de prendê-lo.

Registros de entrada do Fictor: “ouro puro”

Um elemento adicional chama atenção: os registros de entrada no edifício de luxo localizado na Rua Surubim 373, em São Paulo, onde fica a sede do grupo Fictor — empresa para a qual o Master teria sido vendido.

Sobre isso, Bonin afirmou:

“Os registros de entrada do luxuoso edifício da rua Surubim 373, em São Paulo, onde fica o Fictor, são ouro puro.”

A observação sugere que a circulação de políticos, empresários e operadores no local pode revelar novos vínculos e possíveis relações sensíveis relacionadas ao caso.

Perícia deve ser explosiva

A PF considera o celular uma peça-chave. No aparelho, podem estar:

  • conversas com autoridades,

  • movimentações financeiras,

  • negociações políticas,

  • registros de contatos internacionais,

  • áudios, capturas de tela e arquivos armazenados na nuvem.

Se confirmada a amplitude das relações de Vorcaro, a perícia tem potencial para atingir diferentes lados do espectro político e gerar uma das crises mais delicadas do ano.

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Bruno Rigacci

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