Trump dá 7 dias para Zelensky…

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta sexta-feira (21) que o líder ucraniano Volodymyr Zelensky tem apenas uma semana para responder ao plano de paz apresentado por Washington — um documento de 28 pontos que, segundo fontes diplomáticas, concede ampla vantagem à Rússia e implicaria uma rendição estratégica da Ucrânia.

A proposta inclui concessões territoriais, redução significativa das Forças Armadas ucranianas e abandono definitivo da intenção de ingressar na Otan, itens que atendem diretamente às exigências históricas do Kremlin desde o início da invasão em 2022.

Em entrevista à Fox News, Trump justificou o prazo curto afirmando que “temos muitos prazos a cumprir, mas quinta-feira parece um momento apropriado”, referindo-se ao Dia de Ação de Graças, celebrado nos Estados Unidos na próxima semana. Segundo ele, a data seria simbólica para “resolver pendências”.

O presidente dos EUA afirmou ainda que a Ucrânia está “perdendo território agora” e descreveu o conflito como “um banho de sangue”. Repetindo uma promessa feita na campanha eleitoral, Trump voltou a dizer que a guerra “era para ser uma questão de um dia”, em referência à sua alegação de que poderia encerrar o conflito em “24 horas” — promessa que não se concretizou após dez meses de governo.

Apesar das concessões exigidas à Ucrânia, Trump afirmou que “as sanções vão continuar, e são muito fortes, porque toda a economia deles (da Rússia) é baseada no petróleo”, indicando que sua administração não pretende aliviar a pressão econômica sobre Moscou caso o acordo seja aceito.

Resposta dura de Zelensky

A reação do presidente ucraniano veio horas depois, em seu pronunciamento diário. Visivelmente crítico à pressão norte-americana, Zelensky afirmou que o país enfrenta um momento decisivo entre “perder a dignidade” ou o apoio de “um parceiro fundamental”, em referência direta aos Estados Unidos.

Ele alertou que “a pressão sobre a Ucrânia está agora no seu ponto mais intenso” e citou “riscos difíceis e iminentes”, como a possibilidade de o país “viver sem liberdade, sem dignidade, sem justiça, acreditando em alguém que já nos atacou duas vezes”.

Zelensky indicou que não pretende aceitar um acordo que implique renunciar à integridade territorial do país ou à sua soberania militar e política, embora reconheça a vulnerabilidade ucraniana diante do avanço das tropas russas em várias frentes.

Expectativa internacional

A comunidade internacional acompanha com atenção a escalada da pressão entre Washington e Kiev. Analistas apontam que Trump tenta impor uma solução rápida para o conflito — ainda que contestada por aliados europeus — a fim de consolidar uma vitória diplomática interna.

Zelensky, por outro lado, enfrenta o desafio de resistir às pressões sem perder o apoio militar e financeiro essencial para a defesa do país.

A resposta oficial da Ucrânia ao plano norte-americano deverá ser dada até quinta-feira, prazo estipulado por Trump.

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Bruno Rigacci

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