Parlamentar petista está prestes a perder o mandato

A Comissão Especial Processante da Câmara Municipal de Natal decidiu, nesta segunda-feira (17), avançar com o parecer que recomenda a cassação do mandato da vereadora Brisa Bracchi (PT). O relatório, elaborado pelo vereador Fulvio Saulo (Solidariedade), afirma que a parlamentar utilizou recursos públicos para apoiar um evento de natureza política — ponto considerado central na avaliação jurídica conduzida pelo colegiado.

O parecer já havia sido concluído na última quinta-feira (13) e, na reunião desta segunda, recebeu o apoio da presidente da comissão, Anne Lagartixa (Solidariedade). O único voto divergente foi o do vereador Daniel Valença (PT), que contestou a interpretação apresentada pelo relator.

A investigação foi instaurada em agosto, após denúncia do vereador Matheus Faustino (União Brasil). Ele acusa Brisa de ter destinado R$ 18 mil em emendas impositivas para financiar um evento que celebrou a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo Faustino, o caráter explicitamente político da atividade configuraria irregularidade no uso da verba pública.

Com o avanço do parecer, o caso segue agora para o plenário da Câmara, onde será votado nesta terça-feira (18), em sessão nominal. Tanto Brisa quanto Faustino estão impedidos de votar por terem envolvimento direto no processo. Para substituir Faustino, foi convocado o suplente e ex-vereador Albert Dickson. Já no caso de Brisa, embora o regimento interno não determine substituição automática, a Procuradoria da Câmara recomendou a convocação da suplente Júlia Arruda, seguindo orientações previstas em normativas federais sobre procedimentos de responsabilização.

Durante a sessão, Fulvio Saulo afirmou que a eventual ilegalidade não é afastada pelo fato de artistas convidados terem recusado o pagamento que teria sido oferecido.

“Já existem julgamentos que entendem dessa forma. O ato ilícito ocorre quando ela convoca para um ato político”, declarou o relator, destacando que, para a configuração da infração, basta a destinação de recursos públicos ao evento.

Saulo reforçou ainda que o cerne da análise está no uso da verba pública.

“Se o evento fosse pago com dinheiro próprio, não haveria problema. A falha jurídica aparece quando é custeado com recursos públicos”, afirmou, ressaltando que a acusação aponta para possível desvio de finalidade administrativa.

A decisão final ficará a cargo dos vereadores na votação desta terça-feira, que poderá resultar na cassação ou absolvição da parlamentar petista.

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Bruno Rigacci

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