Médica presa na farra do INSS tenta domiciliar com argumento semelhante ao que não valeu para Debora do Batom

Thaisa Hoffmann, médica e esposa do ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Virgílio Oliveira Filho, entrou com pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para substituir sua prisão preventiva em regime fechado por prisão domiciliar. A solicitação, apresentada pela defesa, argumenta que Hoffmann é mãe de uma criança de um ano que ainda depende de amamentação.

A médica foi presa na quinta-feira (13) durante nova fase da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal, que apura um suposto esquema de pagamento de propinas envolvendo entidades representativas de aposentados e servidores do INSS. Desde então, Thaisa está detida na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Seu filho permanece sob cuidados da avó e foi levado à carceragem neste sábado para ser amamentado.

O pedido foi distribuído ao ministro Cristiano Zanin, que ainda não se manifestou sobre a solicitação. O advogado Maurício Moscardi Grilo, que representa Hoffmann, sustenta que a condição materna da investigada justifica a concessão da prisão domiciliar, conforme previsto em lei para mulheres com filhos pequenos.

Segundo as investigações, Thaisa Hoffmann teria atuado como intermediária no recebimento de valores que, de acordo com a Polícia Federal, eram destinados ao marido, Virgílio Oliveira Filho. Em troca, o ex-procurador-geral teria favorecido associações supostamente envolvidas no esquema de descontos indevidos aplicados sobre benefícios de aposentados.

A Conafer (Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais), entidade no centro desta fase da operação, teria transferido cerca de R$ 6,6 milhões ao casal, segundo a PF. Além disso, os investigadores afirmam que o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, repassou aproximadamente R$ 7,5 milhões aos dois. Ele atuava mediante procurações de diversas entidades para representá-las junto ao INSS.

A prisão do casal representa mais um desdobramento da Operação Sem Desconto, que busca identificar e responsabilizar agentes públicos e privados supostamente envolvidos em fraudes e pagamentos ilícitos ligados à estrutura do instituto. O caso segue sob análise do STF.

Compartilhe nas redes sociais

Bruno Rigacci

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site! ACEPTAR
Aviso de cookies