“Bruxa da Vaza Toga” tenta criminalizar o jornalismo investigativo e jornalista garante que não vai recuar

A jornalista Letícia Sallorenzo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma petição criminal contra os jornalistas David Ágape e Eli Vieira, além do ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro.

No documento, de 38 MB e protocolado eletronicamente, Sallorenzo pede que os três sejam investigados por crimes como difamação, injúria, perseguição, associação e organização criminosa, além de abolição violenta do Estado Democrático de Direito — crime previsto no artigo 359-L do Código Penal.

Segundo a jornalista, ela vem sendo alvo de ameaças e perseguições, supostamente amplificadas por perfis de grande alcance nas redes sociais. A petição relaciona o caso a inquéritos em curso no STF, como os de número 4.781 e 4.874 (que tratam das chamadas “milícias digitais”) e até ao 4.921, que apura os atos de 8 de Janeiro — este último, segundo ela mesma reconhece, “totalmente desconexo” dos fatos narrados.

Acusados rebatem e falam em tentativa de censura

Em resposta pública, o jornalista David Ágape se pronunciou nas redes sociais. Ele afirmou que a representação de Sallorenzo busca “criminalizar o jornalismo investigativo” e garantiu que não vai recuar.

“Eu posso ser incluído nos inquéritos das ‘milícias digitais’ até amanhã.
Eu, Eli Vieira e Eduardo Tagliaferro viramos alvo de uma representação criminal da Letícia Sallorenzo — a ‘bruxa da Vaza Toga’.
Ela nos acusa de ‘ataques coordenados’ e mandou o caso direto para Alexandre de Moraes, apesar de mensagens em que dizia ser próxima da esposa dele. Moraes aceitou e a PGR decide amanhã se abre investigação”, escreveu Ágape.

O jornalista também argumentou que nunca atacou Sallorenzo pessoalmente, afirmando que apenas publicou reportagens sobre a atuação dela como colaboradora informal do TSE — informação que, segundo ele, consta no currículo Lattes da própria jornalista.

“Os ataques citados por ela são de terceiros. E o único tuíte meu no processo é divulgando a minha reportagem”, declarou.

Ágape concluiu dizendo que, em sua visão, o caso representa uma tentativa de intimidar a imprensa independente:

“O que estão tentando fazer é claro: criminalizar o jornalismo investigativo. E eu não vou recuar.”

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Bruno Rigacci

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